Os cinco sócios da empresa Wolf Trade Club, suspeitos de terem aplicado um golpe de pirâmide financeira que pode ter gerado prejuízo de R$ 30 milhões, foram soltos nesta semana, segundo os advogados do grupo. Eles haviam sido presos temporariamente pela Polícia Civil do Paraná, em Curitiba (PR), na semana passada.
De acordo com a advogada Isadora Sartori Ried, que defende Gabriel Maximiano Picancio, Gabriel de Mello Graminho e Lucas de Mello Bubniak, eles foram postos em liberdade na terça-feira (22).
“Os três sócios permanecem à disposição das autoridades competentes para auxiliar nas investigações e persistem em buscar meios legais para liquidar todas as dívidas”, disse.
O advogado Ricardo Lamers, que defende os outros dois membros do grupo, Hugo Felix da Silva e Henrique Oldair Mendes, também confirmou a saída deles da prisão, mas não quis repassar outras informações.
Empresa oferecia até 50% de lucro em três meses
A Wolf Trade Club, fundada em 2017, oferecia rendimentos de 20%, 30% e 50% em cima de investimentos em até três meses. Esses lucros seriam obtidos por meio de compra e venda de ativos na Bolsa de Valores, técnica conhecida como day trade.
A empresa e seus sócios, no entanto, nunca tiveram autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para atuar. A autarquia chegou a emitir um alerta ao mercado, em julho, afirmando que a Wolf Trade Club não poderia ofertar carteiras de valores mobiliários.
De acordo com a Polícia Civil do Paraná, a empresa também oferecia porcentagens a investidores que indicassem conhecidos, amigos e familiares dispostos a colocar grana na empresa, prática característica do esquema de pirâmide.
No início de outubro, o presidente e fundador da empresa, Lucas de Mello Bubniak, disse ao portal UOL que a empresa sofreu um golpe no ano passado, o que gerou perdas de R$ 9 milhões. Quase 300 clientes da empresa, segundo ele, foram afetados.
Esquema foi desmantelado no começo de outubro
O esquema veio abaixo na quarta-feira (10), dia em que a Polícia Civil cumpriu mais de 20 mandados de busca e apreensão na empresa e nas casas dos sócios e funcionários, tanto em Curitiba como em São José dos Pinhais, na região metropolitana da capital.
Além das prisões temporárias dos membros do esquema, foram apreendidos duas BMW 500, avaliadas em R$ 100 mil, diversos relógios de luxo, armas e projéteis de munição.