Presente nas discussões e debates sobre inovação no mercado de capitais, os tokens de ativos e suas funcionalidades conquistam cada vez mais espaço e tornam-se uma forte alternativa de investimento.
Desenvolvidos na tecnologia blockchain, os tokens são considerados frações digitais de qualquer ativo, sejam eles tangíveis ou intangíveis, representando a participação de uma empresa.
A Liqi, plataforma de tokenização de ativos através de blockchain, inicialmente será responsável por validar 3 tipos de tokens: direitos (mecanismo de solidariedade de clube de futebol), equity de empresas privadas e antecipação de recebíveis/dívidas. Ou seja, direitos autorais, imóveis, participação de empresas, dívidas, recebíveis do futebol e obras de artes, poderão ser tokenizados.
Fundada este ano pelos empresários Daniel Coquieri, especialista no mercado de criptomoedas, Persio Flexa, especialista no desenvolvimento de smart contracts, Andre Montenegro, responsável por identificar e fomentar novos negócios e Felippe Percigo, responsável por toda área de Marketing, a Liqi é uma plataforma de tokenização que democratiza o acesso a ativos em frações digitais, através da tecnologia do blockchain.
A empresa captou um montante inicial de 7 investidores que compraram os tokens da Liqi, arrecadando o valor de R$ 3 milhões de reais na rodada privada. Um deles foi Delano Macedo, sócio da Parallax Ventures, operadora brasileira de fundos de capital de risco dedicada a investimentos em estágio inicial.
“Acredito que o processo de tokenização, fracionando e dando oportunidade de acesso a todas as pessoas a determinados tipos de ativos e com registro em blockchain, é uma tendência de investimento em ativos alternativos e digitais e que vem crescendo no mundo inteiro”, explica Delano.
“Na prática, a startup trabalhará com três pilares de atuação: participação de startups, direitos econômicos de clubes de futebol e dívidas/antecipação de recebíveis”, explica Daniel Coquieri, CEO da plataforma.
A startup poderá auxiliar o usuário a se expor a diferentes tipos de investimentos, democratizando o acesso de pequenos investidores com um ticket médio mais baixo e na outra ponta, ajudará empresas que precisam de investimentos e transformarão seus negócios em ativos negociáveis.
Para isso, o CEO aposta em educação do setor, conscientizando sobre o valor que a tokenização tem e também com boas ofertas com o uso de uma tecnologia de ponta.
Daniel explica que a operação funcionará da seguinte forma: primeiro acontece o processo da estruturação jurídica e financeira do token, em seguida, sua emissão. O próximo passo é a listagem para venda e distribuição desses tokens de determinado ativo e, por fim, a governança dele, ou seja, a gestão da remuneração.
“A ideia da Liqi é conectar empresas (emissor) com o investidor. Mas conectar de ponta a ponta, de certa forma, não é tão sustentável, então o nosso objetivo é reduzir ao máximo esses intermediários, mantendo apenas os necessários. A Liqi conecta essas duas pontas de uma maneira mais eficiente e transparente”, explica o CEO.
“O mercado de tokenização está hoje, no mesmo momento que o mercado de criptomoedas estava em 2017: pouco conhecimento sobre o setor, confiança no mercado sendo construída e regulamentação começando a existir”, reflete Coquieri.
A regulamentação para o mercado de transação de tokens é baseada nas regras da CVM (Comissão de Valores Monetários) que não permite, por exemplo, alguns tipos de tokens serem vendidos de maneira pública.
“Precisamos continuar evoluindo a questão da regulamentação, a exemplo dos security tokens ou então dependendo de qual direito está sendo tokenizado, é preciso que eles estejam alinhados com a regulamentação do mercado de capitais. Além disso, a criação de bons projetos também vai ajudar o mercado de tokenização a crescer e amadurecer, assim como aconteceu com o mercado de criptomoedas”, finaliza o CEO da startup.