Autoridades suecas vêm tentando pressionar a União Europeia para que os países proíbam a atividade de mineração de Bitcoin e outras criptomoedas na região. O pedido, escrito no início deste mês, têm ecoado durante o mês inteiro.
Dentre as principais alegações está a necessidade de cumprir o Acordo de Paris, tratado que estipula a contenção do aquecimento global. Segundo as autoridades, a energia gasta pela mineração na Suécia aumentou muito nos últimos meses.
O artigo também cita que outras criptomoedas com mineração alternativa ao Proof-of-Work (PoW), relatando que gastam 99,95% menos energia, todavia até o momento nenhum modelo provou-se tão eficaz como o PoW em relação a censura.
Críticas à mineração de criptomoedas
A carta enviada pelas autoridades sueca aponta estudos realizados pela Universidade de Cambridge e pelo Digiconomist, no qual apontam que a mineração de Bitcoin e Ethereum gastam o dobro da eletricidade da Suécia inteira.
O documento também explica que a atividade aumenta junto ao preço do Bitcoin, visto que ela proporciona retornos mais rápidos. Todavia, também é explicito que o gerador da pegada de carbono não é o bitcoin em si, e sim as suas fontes de energia dependentes de combustíveis fósseis.
Ou seja, este é um problema gerado pelos próprios países, não pelo Bitcoin, afinal até carros elétricos usarão estas mesmas fontes. Além disso, a concorrência do setor também está fazendo com que empresas busquem meios de melhorar seus rendimentos. Este é o caso da Riot Blockchain que está utilizando refrigeração imersiva em suas ASICs.
Por fim, o pedido das autoridades da Suécia para que a atividade seja banida na região faz uma comparação entre a mineração de Bitcoin e o uso de carros elétricos.
“Atualmente é possível dirigir um carro elétrico de médio porte por 1,8 milhão de quilômetros usando a mesma energia necessária para minerar um único bitcoin. Isso é o equivalente a 44 voltas ao redor do mundo. 900 bitcoins são minerados todos os dias. Este não é um uso razoável de nossa energia renovável.”
Eles decidem o que é gasto de energia
Como visto na declaração, estas autoridades pensam que o Bitcoin, que está tentando resolver problemas monetários causados por estes próprios governantes, é apenas um mero gasto de energia.
Após quase treze anos de existência, o Bitcoin continua provando que o Proof-of-Work é o método mais confiável para obter descentralização de uma moeda apolítica e com controle pré-definido de geração de novas moedas.
Caso estes governos, ou ao menos um deles, tivessem políticas monetárias melhores, talvez o Bitcoin sequer existisse. Hoje o BTC é um ativo totalmente necessário conforme não podemos confiar no Estado.
Por fim, não vemos nenhuma autoridade sueca tentando banir televisores, computadores e outros dispositivos eletrônicos. Talvez para eles seja mais importante ver TV do que preocupar-se com a perda do poder de compra de sua moeda.