Tokens de jogos vão “engolir” muitas criptos

Agora, se a Epic Games, empresa por trás do Fortnite, resolver premiar os jogadores, há benefícios em utilizar o Bitcoin.

Talvez você esteja por fora da indústria de games, mas saiba que sua receita supera em 50% o agregado de streaming, TV, e filmes. Acredite, só os 3 jogos de celular de maior renda em 2021 arrecadaram juntos U$ 7,5 bilhões.

Outro dado impactante é que 2021 foi o primeiro ano em que games no celular e tablets ultrapassaram a receita dos tradicionais videogames e jogos para computador.

Mas, você deve (ou deveria) estar se perguntando: o que essa indústria tem a ver com criptomoedas? Primeiramente, o público-alvo. Essa galera de jogos já está acostumada a usar moedas digitais, comprando créditos V-Bucks, Robux, ou Apex Coins.

Não bastasse, para eles o dinheiro está mais seguro em créditos no Apple Pay e Google Wallet do que no banco. Aliás, o setor financeiro tradicional nem permite abertura de contas por menores de idade, impondo limites e regras.

Token de jogo precisa existir?

Na realidade, nem todo jogo precisa de token próprio. Isso só é verdade para os DAOs, as organizações autônomas. Ao invés de contar com um gerente financeiro que autoriza os pagamentos para os desenvolvedores e marketing, os próprios “acionistas” dessa empresa decidem e aprovam tudo em votação.

Agora, se a Epic Games, empresa por trás do Fortnite, resolver premiar os jogadores, há benefícios em utilizar o Bitcoin. O pessoal da Zebedee já faz isso no jogo CS:GO, com microtransações na Lightning Network. Ao invés de ganhar pontos por matar oponentes, você ganha frações de Bitcoin, os Satoshis.

Por que a indústria de games vai mudar?

Sem dúvidas a Tencent, Nintendo, Blizzard e Electronic Arts preferem manter tudo como está. Na ponta oposta, o número de jogadores familiarizados com criptomoedas é infinitamente menor, portanto, um mercado de nicho. Olhando por esse aspecto, realmente não há muito incentivo para uma mudança.

No entanto, quem vai passar a demandar isso são os usuários, seja pela grana oferecida pelo play-to-earn, a modalidade “jogue para ganhar”, ou a autonomia oferecida pela tecnologia NFT. “Transportar” seu jogador com a pontuação e histórico para um outro game, por exemplo, é algo desejável.

Token de games vale a pena?

Tendo em vista o tamanho dessa indústria e os benefícios para os usuários em passarem a ser “sócios” do jogo, é possível que alguns desses tokens ultrapassem os U$ 30 bilhões em capitalização de mercado.

Faz sentido os US$ 4,5 bilhões atuais de Axie Infinity e US$ 2,8 de Star Atlas? Provavelmente não, mas esses projetos podem ir se transformando ao longo do tempo. O setor vai continuar crescendo, mas na realidade a oferta atual ainda é bem fraca.

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Marcel Pechman
Marcel Pechman
Marcel Pechman é trader e analista de criptomoedas desde 2017. Atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Além de YouTuber em seu canal RadarBTC, foi reconhecido em diversas premiações como um dos maiores interlocutores do Bitcoin do país. Maximalista convicto, acredita na falência da moeda fiduciária, aquela emitida por governos.

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