Após meses de investigações, a PF e Receita Federal deflagraram a Operação La Casa de Papel contra os líderes da Trust Investing, com alguns detalhes divulgados ao público após o fim da empresa.
A operação acabou prendendo alguns dos principais líderes da Trust Investing, após policiais federais cumprirem seis mandados de prisão preventiva em vários estados.
Na última quarta-feira (19) foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra líderes do negócio, que tiveram contas, veículos e outros itens de luxo apreendidos.
A operação contou com a presença de 19 auditores-fiscais e oito analistas tributários da Receita Federal, além de 150 policias federais e mais 3 servidores da Agência Nacional de Mineração.
Receita Federal diz que Trust Investing era pirâmide que operava de igrejas
Operando com apoio de uma igreja no meio religioso, a Trust Investing era mais uma pirâmide financeira que captou fiéis para sua causa, disse a Receita Federal do Brasil.
Ao divulgar detalhes sobre a Operação La Casa de Papel, a Receita criou um organograma para mostrar como funcionava o esquema, que tinha no topo da pirâmide os “Mentores”.
Abaixo deles vinham os “Líderes”, pessoas que deveriam captar clientes “Associados” para participar, sendo eles a base da pirâmide.
Para a Receita, os mentores e líderes prometiam aplicações em vários mercados com promessas de rendimentos de 20% ao mês, enquanto apenas pegavam o dinheiro dos investidores e gastavam em suas vidas de luxo.
Mas o que realmente chama atenção era que o grupo utilizava-se de uma igreja para lavar dinheiro do esquema, além de outras 25 empresas que foram parte do grupo criminoso.
Para a Receita e PF, o prejuízo é de R$ 4,1 bilhões de dólares, em 1,3 milhão de pessoas no Brasil e outros países.
“Constatou-se que os investigados criaram uma rede de seguidores e colaboradores na internet, causando prejuízos a “investidores” brasileiros, europeus e, principalmente, residentes da América Latina. O esquema movimentou milhões de dólares e causou prejuízos para mais de 1,3 milhão de pessoas em todo o mundo, alegando ataque de “hackers”, auditorias e mentiras.”
Criptomoeda própria
Como a empresa Trust Investing tinha em seu grupo uma empresa que emitia sua própria criptomoeda e líderes com nacionalidade espanhola, a operação foi batizada de “La Casa de Papel”, em alusão a uma famosa série cuja temática é de criminosos que invadem a casa da moeda na Espanha.
Mas o uso da igreja pela Trust Investing foi o que tornou possível que a Receita e Polícia Federal entendessem seu esquema.