Em um novo relatório sobre atividades criminosas, a Chainalysis divulgou que o uso lícito das criptomoedas ainda é amplamente maior que o ilícito. Ou seja, embora o número de crimes venha crescendo, transações comerciais comuns são amplamente maiores com criptomoedas.
Nos últimos anos, bilhões de dólares transacionaram entre traders e corretoras. Além disso, empresas começaram a aceitar pagamentos com moedas digitais, facilitando o consumo por fãs da tecnologia descentralizada.
De acordo com o relatório divulgado na última quarta-feira (28), este uso lícito das criptomoedas é o que justamente desperta a atenção dos criminosos.
E ao contrário do que muitos podem imaginar, os crimes envolvendo as criptomoedas não são combatidos apenas por grandes agências governamentais. Segundo a empresa que acompanha o mercado, o combate aos crimes no setor se tornaram cada vez mais comuns, inclusive em pequenas agências da lei.
Uso ilícito das criptomoedas cresce, e pirâmides financeiras seguem no radar
Entre 2017 e 2021, os criminosos conseguiram lucrar pelo menos 26 bilhões de dólares de suas vítimas. Já em 2022, os golpistas lucraram outros US$ 3,5 bilhões, com uma média de transferências das vítimas para os criminosos de 1 mil dólares por operação.
Ou seja, gradualmente os crimes crescem no mercado de criptomoedas, afetando milhões de pessoas. A maioria das vítimas, segundo a Chainalysis, são pessoas que investiram pouco no setor.
De acordo com Dan Cartolin, executivo de contas para América do Norte e América Latina da Chainalysis, no México o principal problema são os golpes, especialmente os esquemas de pirâmide e Ponzi.
“Esses golpes se aproveitam de um mercado não regulamentado e de corretoras de criptomoedas menores ou mais recentes que não usam controles AML adequados no blockchain. Eles veem essas startups como alvos principais para lavagem de dinheiro.”
Para a empresa, os golpes se tornaram comuns em todo o mundo, assim, é possível que até as menores delegacias policiais já registrem crimes de populações vítimas no setor.
Estimativas do estudo acreditam que populações em países emergentes sofram mais que em outros.
Qualquer pessoa pode investigar crimes com análise em blockchain
Ao Livecoins, a Chainalysis explicou que, ao contrário do que muitos acreditam, não é preciso ser um especialista em crimes cibernéticos para investigar fraudes no setor.
Isso porque, com algumas ferramentas, um endereço do criminoso se torna conhecido e, ao compartilhar tal informação com investigadores, já facilita uma futura intimação judicial que leve a captura do golpista.
Com base nessa simples informação, por exemplo, uma corretora pode ser intimada a revelar o dono do endereço. A partir deste ponto, as investigações são as mesmas já praticadas pelas agências policiais.
De qualquer forma, mesmo com o uso lícito das criptomoedas ainda sendo amplamente superior que o ilícito, a empresa defende a capacitação de agentes da lei em análise de blockchain.
Assim, as agências locais e regionais poderiam investigar com sucesso esses casos com as ferramentas, dados e treinamento certos. A prática contribui não só para o cumprimento da lei, mas também para proporcionar maior confiança aos usuários do ecossistema das criptomoedas.