
Companhia avança o mercado financeiro tradicional com cripto nos EUA (Reprodução)
A Visa (NYSE: V) anunciou na terça-feira (16) o lançamento oficial das operações de liquidação utilizando a stablecoin USDC nos Estados Unidos. O sistema permite que emissores e credenciadores realizem a compensação de obrigações financeiras diretamente pela blockchain Solana (SOL), com funcionamento durante todos os dias da semana.
A iniciativa é uma nova estratégia da empresa para modernizar a camada de compensação que movimenta o comércio global. Instituições financeiras norte-americanas podem agora utilizar a moeda, que possui paridade com o dólar e reservas totais, para movimentar fundos de maneira ágil.
Rubail Birwadker, chefe global de produtos de crescimento e parcerias estratégicas da Visa, afirma que “os parceiros bancários não estão apenas perguntando sobre isso, eles estão se preparando para usá-lo“. O executivo explica que as instituições buscam opções de liquidação programáveis que se integrem sem atritos às operações de tesouraria já existentes.
A empresa registrou um volume anualizado de liquidação com stablecoins superior a US$ 3,5 bilhões até o dia 30 de novembro, conforme nota. O Cross River Bank e o Lead Bank figuram como os primeiros participantes bancários a processar transações com a Visa através da rede Solana neste novo formato.
O novo modelo estabelece janelas de liquidação de sete dias e elimina a dependência do calendário bancário tradicional de cinco dias úteis. Desta forma, bancos e fintechs conseguem gerenciar a liquidez e executar operações de tesouraria automatizadas, inclusive durante fins de semana e feriados.
A interoperabilidade surge como um fator central na proposta, pois conecta os pagamentos tradicionais com a infraestrutura baseada em blockchain. O sistema busca oferecer maior previsibilidade através do uso de um ativo lastreado em dólar emitido pela Circle, empresa regulada nos EUA.
Jackie Reses, CEO do Lead Bank, observa que a liquidação em sete dias e o cronograma de liquidez claro tornam-se cada vez mais necessários para os clientes do banco. Ela ressalta que essa capacidade traz velocidade e precisão às operações de tesouraria e auxilia na entrega de serviços financeiros modernos.
Gilles Gade, fundador e CEO do Cross River Bank, reforça a demanda por integração entre sistemas legados e novas tecnologias. Ele aponta que uma plataforma unificada que suporta nativamente tanto stablecoins quanto redes de pagamento tradicionais constitui a base para a movimentação global de valor.
Nikhil Chandhok, diretor de produtos e tecnologia da Circle, destaca que a iniciativa ajuda instituições a “modernizar a tesouraria e desbloquear novos serviços“. A tecnologia mantém a transparência conhecida do USDC e conecta o dinheiro da internet à velocidade de softwares avançados.
A introdução da liquidação com stablecoins nos Estados Unidos segue a realização de pilotos em diversas regiões do globo, incluindo a Europa e a América Latina. Assim, o alcance das operações da Visa abrange também áreas da CEMEA (Europa Central, Oriente Médio e África).
A companhia atua também como parceira de design da Arc, uma nova blockchain de primeira camada desenvolvida pela Circle e que se encontra em fase de testes públicos.
A empresa planeja utilizar a Arc para liquidações de USDC dentro de sua rede e pretende operar um nó validador assim que a tecnologia estiver ativa. Ou seja, a Visa já entende a importância dos nodes em um ecossistema distribuído de informações.
A disponibilidade ampliada do serviço nos Estados Unidos está programada para ocorrer ao longo de 2026. Desta forma, instituições interessadas em modernizar suas operações de liquidação devem procurar suas equipes de conta para iniciar o processo de integração.
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