Criador do Ethereum alerta que Worldcoin pode ser uma ameaça à privacidade

Apesar do longo texto, o fundador do Ethereum não fez comentários sobre o modelo econômico da criptomoeda Worldcoin.

Em um longo texto publicado nesta segunda-feira (24), Vitalik Buterin expôs seus pensamentos sobre a Worldcoin, criptomoeda criada pelo CEO do ChatGPT e listada em grandes corretoras.

O criador do Ethereum faz elogios, mas também críticas ao projeto de Sam Altman. Um dos principais pontos debatidos está relacionado a privacidade dos usuários. Afinal, o grande diferencial da Worldcoin é escanear os olhos das pessoas para garantir um sistema justo.

Além de ser um requisito para o recebimento da criptomoeda Worldcoin (WLD), o sistema também poderia permitir seu uso para outros airdrops, votações e proteção contra bots.

Vitalik Buterin fala sobre Worldcoin, criptomoeda do CEO do ChatGPT

Vitalik Buterin, criador do Ethereum, possui certo interesse nas propostas da Worldcoin. Afinal, recentemente o desenvolvedor criou os “soulbond tokens”, uma espécie de ativo intransferível, ligada a identidade de seu detentor.

“A filosofia por trás do projeto é simples”, iniciou Buterin sobre a Worldcoin. “A Inteligência Artificial [IA] vai criar muita abundância e riqueza para a humanidade, mas também pode acabar com o emprego de muitas pessoas e tornar quase impossível dizer quem é humano e não um robô.”

Seguindo, Buterin destaca que a Worldcoin poderá fazer essa divisão entre humanos e robôs, destacando que ela poderá ser usada na distribuição de uma Renda Básica Universal (RBU, ou UBI, na sigla em inglês).

“A Worldcoin é única porque depende de biometria altamente sofisticada, escaneando a íris de cada usuário usando um hardware especializado chamado Orbe.”

Orbe da Worldcoin escaneando retinas de pessoas. Fonte: Worldcoin/Reprodução.
Orbe da Worldcoin escaneando retinas de pessoas. Fonte: Worldcoin/Reprodução.

Além da distribuição da própria Worldcoin (WLD), o criador do Ethereum destaca que o sistema poderá ser integrado a outros projetos. Os seguintes pontos foram mencionados por Buterin:

  • Airdrops para distribuições de token;
  • Vendas de tokens ou NFT que oferecem condições mais favoráveis para usuários menos ricos;
  • Votação em DAOs;
  • Uma maneira de “semear” sistemas de reputação
    Votação quadrática
  • Proteção contra ataques de bots/sybil em mídias sociais;
  • Uma alternativa aos captchas para prevenir ataques DoS.

Por fim, Buterin menciona que já existem projetos com o mesmo objetivo, mas outras abordagens. Como exemplo, ele cita conceitos de videoconferência, onde vários usuários se verificam entre si, bem como o uso de biometria.

Worldcoin também possui pontos negativos, alerta Buterin

Embora inicie seu texto abordando os pontos positivos da Worldcoin, Vitalik Buterin rapidamente chega a parte em que nada é perfeito. Dividindo em quatro partes, o desenvolvedor cita os principais problemas do projeto.

O primeiro deles está relacionado a privacidade. Em suma, Buterin aponta para o risco de vazamento de informações. Outra preocupação está relacionada a baixa acessibilidade dos orbes, podendo deixar muitas pessoas de fora do sistema.

“Muitos aplicativos importantes no mundo hoje lidam com esse problema usando sistemas de identidade apoiados pelo governo, como cartões de crédito e passaportes. Isso resolve o problema, mas faz grandes e talvez inaceitáveis ​​sacrifícios à privacidade e pode ser atacado trivialmente pelos próprios governos.” diz Vitalik.

O terceiro ponto é sobre a centralização. Segundo Buterin, “a Worldcoin Foundation tem a capacidade de inserir um backdoor no sistema, permitindo que ela crie arbitrariamente muitas identidades humanas falsas”.

O quarto e último ponto está ligado a segurança. Além de afirmar que smartphones dos usuários podem ser hackeados, o criador do Ethereum destaca que grupos podem imprimir íris falsas para burlar o sistema.

Na sequência, Buterin se aprofunda em cada ponto mencionado, sugerindo possíveis soluções. O texto completo pode ser encontrado no blog pessoal do desenvolvedor.

Como consideração final, o criador do Ethereum aponta que “não existe uma forma ideal de ‘prova de pessoa’”. Portanto, elas devem ser combinadas. Na imagem abaixo, Buterin cita os pontos fortes e fracos de cada uma delas.

Pontos positivos e negativos de cada modelo de identidade, segundo Vitalik Buterin. Tradução automática.
Pontos positivos e negativos de cada modelo de identidade, segundo Vitalik Buterin. Tradução automática.

“Em princípio, o conceito de prova de pessoa parece muito valioso”, finalizou Buterin. “Embora as várias implementações tenham seus riscos, não ter nenhuma prova de pessoa também tem seus riscos: um mundo dominado por soluções de identidade centralizadas, dinheiro, pequenas comunidades fechadas ou alguma combinação dos três.”

Apesar do longo texto, o fundador do Ethereum não fez comentários sobre o modelo econômico da criptomoeda Worldcoin, que pode ser encontrado no site oficial do projeto.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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