Só no ano de 2021, o Bitcoin teve um desempenho positivo de +105%, um valor considerável quando comparado com o desempenho de outras classes de ativos como a bolsa americana de tecnologia (Nasdaq, +3%), índice das 500 maiores empresas americanas (S&P 500, +4%), índice da bolsa de valores de Londres (FTSE 100, +4%) e até mesmo o próprio ouro, com um desempenho negativo de -8% neste ano.
Mas será que somente a rentabilidade passada é suficiente para a decisão de investir em Bitcoin?
Este artigo apresentará 5 motivos pelos quais você pode considerar ter uma parte da sua carteira alocada na criptomoeda.
Escassez intrínseca
O projeto original enunciado por Satoshi Nakamoto, e originalmente publicado em um fórum público em 2008, trazia em si uma característica peculiar: o limite de unidades.
Bitcoin é uma moeda assim como dólar, euro ou real, com a diferença de ser puramente digital e não poder ser impressa e nem criada de forma infinita. Existe um limite máximo de 21 milhões de unidades à serem criadas (ou mineradas).
Ainda que o Bitcoin sofra efeitos da volatilidade e de ciclos no curto e médio prazo, a sua escassez implica valor no longo prazo, uma vez que é uma moeda que não sofre efeitos depreciativos da inflação.
Potencial arma contra a pobreza
Segundo dado de 31/05/2020, publicado pelo Brave New Coin, cerca de 2,5 bilhões de pessoas no mundo estão desbancarizadas, ou seja, sem acesso à serviços bancários básicos como conta corrente e empréstimos.
O Bitcoin é uma potencial arma contra a pobreza pois permite que regiões mais pobres e sem acesso à sistemas financeiros tradicionais consigam transacionar seu dinheiro pelo próprio celular.
Grandes empresas considerando Bitcoin em suas operações
Elon Musk, por meio de sua montadora Tesla, anunciou recentemente a compra de US$ 1,5 bilhão em Bitcoin.
A Tesla disse que a compra é uma tentativa de maximizar a rentabilidade do dinheiro que não é usado nas operações diárias do negócio.
Não somente como alocação de caixa, a Tesla também anunciou que aceitará Bitcoin na venda de carros.
Além da Tesla, a Blackrock, que é uma das maiores gestoras financeiras do mundo e responsável por gerenciar quase 9 trilhões de dólares, também alterou recentemente suas diretrizes de investimentos permitindo com que alguns fundos investissem na moeda.
Independência de agentes políticos
O Bitcoin é uma moeda digital, descentralizada, parcialmente anônima, não apoiada por qualquer governo ou outra entidade jurídica. Diferente de moedas fiduciárias, ou seja, moedas de papel emitidas sem lastro ou garantia, o Bitcoin não está sujeito à quaisquer decisões políticas e econômicas de governos.
Consequentemente, o seu valor é determinado livremente pelos indivíduos do mercado conforme lei da oferta e da demanda.
A independência de agentes políticos também torna o Bitcoin imune à inflação, aos efeitos de taxas de juros artificiais determinadas pelo Banco Central e ao próprio confisco de poupança.
Um avanço à liberdade monetária
Até hoje, mesmo após o surgimento do Bitcoin, somos obrigados à usar uma moeda estatal, depreciada pela inflação, que é o artifício mais eficiente para financiar os gastos do Estado sem precisar recorrer à cobrança de impostos.
O aumento da oferta monetária conduz necessariamente à uma diminuição no seu poder de compra, o que reflete no aumento generalizado de preços. O Bitcoin nasce, assim, como uma alternativa diante dos abusos de governos no âmbito monetário.
Em um vídeo de 1984, Friedrich Hayek, um dos maiores representantes da Escola Austríaca de pensamento econômico, disse: “Eu não acredito que teremos um bom dinheiro de novo antes de tirá-lo das mãos do governo, isto é, não podemos tirá-los violentamente das mãos do governo. Tudo o que podemos fazer é, por algum caminho indireto, introduzir algo que eles não podem parar”.
Interpretando o que Hayek quis dizer, é difícil não imaginar o Bitcoin no papel do “algo que eles não podem parar”.
