O General Augusto Heleno aprovou a atualização do glossário de segurança da informação nacional, que agora cita o criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) havia editado em 2019 a Portaria GSI/PR n.º 93, na qual aprovava o Glossário de Termos de Segurança da Informação. Naquele conteúdo, alguns termos conhecidos no mercado de criptomoedas surgiram pela primeira vez no radar das autoridades brasileiras.
Vale lembrar que o Glossário faz parte da estrutura de gestão de segurança da informação no Brasil, com relação às referências normativas.
General Augusto Heleno atualiza termos de Glossário de Segurança Nacional
Vários termos de segurança nacional no Brasil envolvem o mercado de criptomoedas e blockchains, sendo um deles o de Ataque Sybil, primeiro que aparece no Glossário atualizado e que entra em vigor no dia 1 de novembro de 2021.
“ATAQUE SYBIL – estratégia baseada na saturação de uma rede blockchain, com diversos clones (sybils), dando apoio a uma determinada decisão, a fim de reverter o consenso obtido anteriormente, utilizando mecanismos proof of work ou proof of stake. Ataques sybil são uma extensão do conceito de gastos-duplos;“.
O Glossário ainda apresentou o termo Cloud Jacking, que é quando criminosos invadem sistemas para minerar criptomoedas, assim como citou os Ransomwares, temidos ataques que sequestram os dispositivos dos usuários, exigindo pagamento pelo resgate.
Apesar de citar os termos com conotação mais negativa envolvendo as criptomoedas, outros termos mais técnicos também são vistos no material em sua edição 2021.
Um dos termos que se destacaram foi o da própria Blockchain, assim como foi dito sobre Livro-Razão Distribuído (DLT), que são sistemas apontados como similares.
Outros termos importantes para quem é fã do Bitcoin e que foram incluídos no material são Gastos Duplos, Proof of Work (PoW), Proof of Stake (PoS) e também Trustless, fundamentais para se compreender o potencial do Bitcoin enquanto tecnologia.
“TRUSTLESS – em sistemas blockchain é a forma pela qual ocorre a validação dos processos, conforme as regras definidas pelo protocolo em execução por meio da distribuição do esforço computacional entre os membros componentes do sistema, sem a existência de um único membro ou órgão central;“.
O material foi disponibilizado pela Portaria GSI/PR n.º 93, de 18 de outubro de 2021, no Diário Oficial da União desta terça-feira (19), assinado pelo Ministro General Heleno.
Glossário aprovado por Gen. Augusto Heleno cita criador do Bitcoin
Ao falar sobre blockchain, um dos termos imprescindíveis é o modelo de consenso. O Bitcoin, por exemplo, trabalha com o consenso Proof-of-Work (POW), no qual o novo glossário de segurança nacional no Brasil reconhece como o Consenso de Nakamoto, base para todos os sistemas blockchains públicos, utilizados principalmente por criptomoedas descentralizadas como o BTC.
“MODELO DE CONSENSO – componente primário de sistemas distribuídos de blockchain e, definitivamente, um dos mais importantes para a sua funcionalidade. Trata-se da base sobre a qual os usuários podem interagir uns com os outros de maneira trustless .A maioria dos sistemas blockchain públicos utiliza o Consenso de Nakamoto;”.
Satoshi Nakamoto, vale lembrar, é uma identidade presente apenas na internet e um dos maiores mistérios do mundo, visto que após criar o Bitcoin em 2009, ele sumiu em 2011 e nunca mais se teve notícias de suas atividades.
Por fim, alguns destes termos ligados à blockchains já apareciam no documento de 2019 sendo mantidos nesta nova versão de 2021, mostrando que a inteligência brasileira segue de olho nos sistemas de blockchains públicos e suas implicações.