O delegado da 126.ª DP de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Carlos Eduardo, comentou sobre a finalização do inquérito que acusa o “Faraó dos Bitcoins”, Glaidson Acácio dos Santos de ter mandado matar concorrente em Cabo Frio.
Conhecido popularmente como “Nilsinho”, Nilson Alves da Silva também atuava com uma empresa que prometia rendimentos com criptomoedas em Cabo Frio. Principal concorrente de Glaidson Acácio, Nilsinho teria contratado traders que operavam na GAS Consultoria e até captado alguns clientes da empresa.
Segundo informações divulgadas pelo portal de notícias RLagos, que conversou com o delegado que apurou o caso, tudo mudou quando Nilson disse que a Polícia Federal iria prender o “Faraó dos Bitcoins”, momento em que Glaidson idealizou a ação de tirar a vida de seu principal rival.
Em 20 de março de 2021, Nilsinho sofreu uma emboscada enquanto trafegava nas ruas de Cabo Frio, recebendo vários tiros a queima-roupa. Com graves ferimentos ele foi levado a um hospital e sobreviveu, mas agora é cego de um olho e não tem mais os movimentos das pernas.
Desde esse período Glaidson começou a ser investigado, garante o delegado responsável pela conclusão do inquérito.
“Faraó dos Bitcoins” mandou matar rival em Cabo Frio, confira o que disse o delegado
No dia da tentativa de homicídio de Nilsinho, a divisão de homicídios da 126.ª DP da PC-RJ já se deslocou ao local para apurar o caso. As primeiras informações foram colhidas no local, como uma simples sandália deixada por um dos responsáveis pela ação já foi colhida, assim como imagens de circuitos de imagens fechadas.
Toda a polícia civil colaborou com a investigação, que contou com apoio da Polícia Rodoviária Federal, que em parceria, chegaram ao resultado de uma grande produção de conhecimento vinculado que Glaidson foi o autor intelectual do crime contra o Nilsinho.
O delegado Carlos Eduardo lembrou que entregou o inquérito que acusa Glaidson dos Santos na justiça na última quarta-feira (27). Sendo assim, este documento não influenciou no julgamento do habeas corpus da última terça (26), quando o TRF2 negou a liberdade para o “Faraó dos Bitcoins”.
O delegado ainda disse que informações técnicas dessa investigação não podem ser reveladas, mas assim que a justiça se posicione mais detalhes poderão ser revelados ao público.
Morte de “Rei do Pullback” pode ter relação com tentativa de assassinato de Nilsinho
Há ainda uma investigação na 125.ª DP da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que corre em sigilo de justiça, que apura a morte do trader Wesley Pessano, que era conhecido “Rei do Pullback” e foi morto em agosto de 2021.
Dois dos envolvidos na morte de Pessano teriam relação com a tentativa de assassinato de Nilsinho e ainda seriam ligados a um homem chamado “Tiago”, braço direito de Glaidson dos Santos e chegou a visitar ele na cadeia dias após sua prisão.
O delegado Carlos Eduardo já pediu ao Ministério Público a prisão de três suspeitos, um deles o Tiago, que está foragido.
Assim, é possível que esses casos de violência na Região de Cabo Frio tenham alguma ligação, que ainda é apurada pela Polícia Civil.
Investigações contra empresas de criptomoedas começaram quando investidores se sentiram lesados
O delegado Carlos declarou que as investigações das empresas de Cabo Frio começaram quando alguns clientes procuraram a delegacia para noticiar fatos criminosos, de estelionato e crimes contra economia popular.
Segundo ele, mesmo com o volume de trabalho intenso da delegacia, os casos seguem sendo apurados e todos os criminosos serão levados a justiça.
Questionado se ele vê alguma ligação entre os negócios de Cabo Frio, visto que muitos encerraram seus serviços após o “Faraó dos Bitcoins” ser preso, o delegado não acredita que há um elo entre as empresas. Segundo ele, quando a confiança das pessoas neste mercado ficou abalada, foi natural o fim dos esquemas.
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Defesa da GAS Consultoria refutou inquérito policial
Na última quarta-feira (28), quando a defesa da GAS Consultoria viu as primeiras reportagens sobre a suspeita de que Glaidson dos Santos seja o mentor do assassinato de Nilsinho, uma nota negando essa situação foi publicada. Segue a seguir o trecho da defesa da GAS:
“Primeiramente, repudiamos as acusações infundadas feitas contra nosso CEO, Glaidson Acácio dos Santos, insinuando, sem provas ou quaisquer evidências, algum envolvimento dele com grave crime ocorrido em Cabo Frio. Glaidson jamais cometeu esse, ou qualquer outro crime. Jamais praticou violência, contra ninguém.
O jurídico da G.A.S. irá tomar todas as medidas cabíveis para o esclarecimento deste caso, registrando-se que até aqui jamais sequer fomos ouvidos sobre tais ilações. Seguimos confiantes na Justiça e temos fé de que a verdade irá prevalecer.“