O Fundo Monetário Internacional, FMI, publicou um artigo intitulado “A regulamentação global das criptomoedas deve ser abrangente, consistente e coordenada” nesta quinta-feira (9). Como insinuado pelo título, a organização deseja combater as criptomoedas de forma coordenada.
A publicação ocorre um dia após os Estados Unidos reunir representantes da indústria de criptomoedas para tentar atualizar as suas diretrizes em relação a este novo setor que não se encaixa perfeitamente em nenhuma regulamentação prévia.
Dentre o maior medo do FMI está a popularização das criptomoedas em países cujas economias não possuem nenhuma previsão de melhora em nenhum prazo, curto ou longo. Fazendo com que o acesso às criptomoedas, hoje usadas como fuga a inflação, seja cada vez mais difícil.
Criptomoedas são desestabilizadoras, afirma FMI
Duas semanas após advertir El Salvador, afirmando que o país não deveria usar o Bitcoin como moeda, o FMI voltou a atacar as criptomoedas. O relatório afirma que elas podem causar riscos de estabilidade financeira, principalmente em países com economias fracas.
O texto exprime que o preço das criptomoedas não é o único desafio a ser enfrentando, citando possíveis problemas externos como a segurança de exchanges que permitem a compra e venda destes ativos, bem como a segurança do investidor e também riscos relacionados a stablecoins, que podem trabalhar sem lastro integral.
“Além disso, em mercados emergentes e economias em desenvolvimento, o surgimento das criptomoedas pode acelerar o que chamamos de ‘criptonização’ — quando esses ativos substituem a moeda nacional e contornam restrições cambiais e medidas de gerenciamento”
Em outras palavras, o FMI quer que um indivíduo que more na Turquia veja o seu dinheiro perca todo o seu poder de compra, sem poder converter seu próprio dinheiro para outra moeda mais saudável como o Bitcoin. A motivação para este afirmação é que as criptomoedas podem ser desestabilizadoras, como se as economias de países como Turquia e Venezuela fossem estabilizadas de alguma forma.
Ataque deve ser coordenado
Com a popularização das criptomoedas, vários países estão tomando medidas diferentes para adaptar-se a esta nova era de pagamentos digitais.
De um lado a China, onde seus cidadãos não podem acessar a Wikipedia, baniu tudo que está relacionado a criptomoedas, do outro lado, El Salvador adotou o Bitcoin como moeda legal, além de estar convertendo parte de suas reservas para BTC, que segundo o próprio FMI, a sua economia vai muito bem. Já no meio termo, temos países como os EUA, onde o setor se expande lentamente devido a falta de maior clareza regulatória.
Por conta dessa diferença de opiniões entre países com Estado mais ou menos forte, o FMI indicou que é preciso realizar medidas coordenadas. Caso contrário, empresas de stablecoins podem mover-se para outros países, assim como mineradores que saíram da China e foram para os EUA, Cazaquistão e Rússia.
“Medidas regulatórias descoordenadas podem facilitar fluxos de capital potencialmente desestabilizadores.”
Por fim, esta é mais uma tentativa desesperada do FMI que teme que países com economias quebradas busquem crescimento ao usar moedas sem a intervenção de governos corruptos. Em outras palavras, é um pedido para que os países trabalhem de forma coordenada para que o FMI possa continuar emprestando dinheiro e cobrando juros dos mesmos.