Críticos apontam que inverno das criptomoedas virou “era do gelo”

Em comparação, o índice NDXT — que reúne as 100 maiores empresas de tecnologia listada na Nasdaq — está apresentando uma queda de 40% no mesmo período. Ou seja, não é só o Bitcoin que está sofrendo com o aumento nas taxas de juros nos EUA.

Com preços em contração, desinteresse do público e empresas cortando gastos para se manterem vivas, o inverno das criptomoedas já está próximo de seu primeiro aniversário. Entretanto, alguns acreditam que a queda de 70% do bitcoin seja só o início.

Segundo o Financial Times, famoso jornal de economia, as criptomoedas podem entrar em uma “era do gelo”. O principal ponto mencionado é a falta de narrativas que façam o Bitcoin voltar a ter demanda, guiando todas outras criptos para cima.

Como destaque, os críticos dizem que o Bitcoin falhou como reserva de valor. Afinal, sua queda de 70% nos últimos doze meses não é nenhuma proteção contra a inflação, que ultrapassa os 10% até mesmo em países desenvolvidos, como EUA e outros na Europa.

Não é só o Bitcoin que está em queda

Em comparação, o índice NDXT — que reúne as 100 maiores empresas de tecnologia listada na Nasdaq — está apresentando uma queda de 40% no mesmo período. Ou seja, não é só o Bitcoin que está sofrendo com o aumento nas taxas de juros nos EUA.

Indo além, algumas gigantes estão até piores que o BTC, como a Meta (antigo Facebook), que já perdeu 74% de seu valor desde novembro do ano passado. Snapshot é outra, com uma queda de 88% no preço de suas ações.

Portanto, fica clara a correção entre o Bitcoin e ações de tecnologia no último ano, mesmo que a principal narrativa do mercado o coloque um concorrente direto ao ouro, mais famosa reserva de valor do mundo. Afinal, o BTC possuí um limite finito, melhor divisibilidade, portabilidade e também é mais fácil de ser transacionado que o ouro.

Sendo assim, o FT aponta que a queda de 70% enfraqueceu o Bitcoin não apenas em valor, mas também em propósito após falhar em servir como um porto seguro para quem quisesse fugir da inflação das moedas fiduciárias.

Por outro lado, o jornal também nota que 78% dos bitcoins não foram movidos nos últimos seis meses, um recorde. Ou seja, investidores não estão interessados em vender suas moedas, o que aconteceria em qualquer outro investimento com tamanha contração.

A era do gelo das criptomoedas

Este não é o primeiro inverno do Bitcoin, por diversas vezes a criptomoeda perdeu mais de 70% de seu valor, mas sempre voltou a subir e surpreender o mercado. Entretanto, os mais céticos duvidam que esta “fênix” renasça das cinzas por mais uma vez.

“No início, a queda nos preços dos tokens foi rotulada como “inverno cripto” — uma das quedas periódicas do mercado. Mas a duração desta fase agora monótona, combinada com as perdas de milhares de empregos no setor nos últimos meses, sugere que esta é mais uma era do gelo, sem grandes narrativas surgindo como a próxima fonte de combustível para comícios”, escreveu o Financial Times.

Embora a volatilidade do BTC tenha sido motivo de críticas durante anos, agora até mesmo a estabilidade de preços parece estar incomodando os críticos. Ou seja, o Bitcoin pode estar sem narrativas fortes, mas seus críticos também estão sem ter o que falar.

Por fim, é possível que o Bitcoin encontre uma região quase fixa para manter-se no futuro, o que não seria de todo ruim. Afinal, isso seria um sinal de maturidade do ativo, já conhecido por quase todas pessoas. Além disso, seria difícil imaginar que isso acontecesse em um pico de alta, onde muitos investidores estariam vendendo suas moedas para realizar lucros.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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