Enquanto a quebra da terceira maior corretora de criptomoedas pode ser um desastre por si só, Sam Bankman-Fried pode estar destruindo centenas de outras empresas ligadas a FTX, criando mais um efeito dominó no mercado.
Sky Mavis, Circle, LedgerX, Voyager e Blockfolio são algumas com investimentos da FTX. Quanto a última, a Blockfolio, até mesmo a gigante Pantera Capital já admitiu que foi afetada indiretamente pela insolvência da corretora.
“Do lado da Pantera, tivemos uma exposição insignificante na plataforma FTX e obtivemos exposição à FTX como acionista, principalmente através da aquisição da nossa empresa de portfólio Blockfolio.”
Este é apenas um exemplo de quanto a FTX está impactando o mercado e como seu colapso causou uma queda geral no preço das criptomoedas, incluindo o Bitcoin.
FTX, um império sendo destruído
Além do marketing agressivo, fazendo seu nome ser visto tanto por fãs de Fórmula 1 quanto por aqueles que preferem esportes eletrônicos, a FTX também investiu parte de seu dinheiro em outros negócios, e não foram poucos.
Uma apuração da Fortune mostra que Sam Bankman-Fried dividiu seu império em quatro partes: FTX, FTX US, FTX Ventures e Alameda Research, esta última possuindo mais investimentos que as demais.
Messari, Polygon, Solana, Lido, Voyager e Consensys são os principais nomes, reconhecidos até por quem não está tão ligado à indústria. Entretanto, a lista segue com dezenas de outros investimentos da Alameda.
A FTX Ventures é outra que derramou dinheiro no mercado, incluindo na Yuga Labs, criadora da coleção mais famosa de NFTs. Entretanto, o que seria uma benção para estes negócios está se tornando uma maldição.
A única que poderia estar a salvo é a FTX US, afinal esta atua sobre as rígidas leis americanas. Mas a verdade é que até mesmo a BlockFi já pausou saques, então tudo indica que não há terra firme.
Lehman Brothers parece pequena ao lado da FTX, aponta FT
O Financial Times também ficou chocado ao comparar o tamanho do império do ex-bilionário de 30 anos com o Lehman Brothers, banco de investimentos que quebrou em 2008 durante a crise do subprime.
Através de uma imagem que nem sequer cabe em uma tela de computador, é possível ter uma ideia da situação. Afinal, apenas a lista de países já é grande: Austrália, Antígua, Japão, Hong Kong, Bahamas, Nigéria, Singapura, Suíça, Irlanda, Alemanha, Coréia do Sul, Ilhas Cayman, EUA, Chipre, Turquia e outros.
Por fim, Sam Bankman-Fried ainda está tentando salvar o seu império, correndo atrás de investidores dispostos a queimar dinheiro. De qualquer forma, é difícil acreditar que sua confiança seja restaurada. Ou seja, estamos assistindo ao colapso não apenas de uma corretora, mas de um império.