Em postagem intitulada A Última Resistência do Bitcoin — em tradução livre — o Banco Central Europeu (BCE) comenta que o Bitcoin está em seu “último suspiro” antes de “embarcar em um caminho para a irrelevância”.
Publicado nesta quarta-feira (1), o texto nota a forte queda do Bitcoin no último ano, caindo dos US$ 69.000 em novembro de 2021 para apenas R$ 16.000 no último mês com o colapso da FTX, também citada na matéria.
Além do preço, o BCE também nota as dificuldades técnicas do Bitcoin, apontando que sua rede é “pesada, lenta e cara”. Ou seja, nota que o BTC não é bom como reserva de valor, nem como dinheiro.
Banco Central Europeu ataca o Bitcoin
Fortemente correlacionado ao preço de ações da indústria tecnológica, o Bitcoin sofreu muito no último, mas não é o único. Um dos principais motivos deste bear market é o aumento das taxas de juros pelos EUA, sendo uma ferramenta do governo americano para controlar a inflação do dólar.
Com isso, até mesmo o euro perdeu força, chegando a ser negociado abaixo de 1 dólar em julho deste ano, atingindo seu menor valor nos últimos 20 anos.
Entretanto, o Banco Central Europeu parece estar querendo chamar a atenção do público para outra moeda, o Bitcoin. Em texto publicado nesta quarta-feira (1), afirma que o destino do Bitcoin é o esquecimento.
“A aparente estabilização do valor do bitcoin provavelmente será um último suspiro induzido artificialmente antes que o criptoativo embarque em um caminho para a irrelevância.”
The apparent stabilisation of bitcoin’s value is likely to be an artificially induced last gasp before the crypto-asset embarks on a road to irrelevance. #TheECBblog looks at where bitcoin stands amid widespread volatility in the crypto markets.
Read more https://t.co/Hk1LuYX2de pic.twitter.com/I3Uidks8Xo— European Central Bank (@ecb) November 30, 2022
Em outros trechos — como se fosse fácil enviar euros da Europa para o Brasil — nota que o Bitcoin é “pesado, lento e caro”, não conseguindo funcionar como dinheiro no mundo real.
“Não gera fluxo de caixa (como imóveis) ou dividendos (como ações), não pode ser usado produtivamente (como commodities) ou fornecer benefícios sociais (como ouro)”, destaca o BCE. “A avaliação de mercado do Bitcoin é, portanto, baseada puramente na especulação.”
Ou seja, o BCE ignora todos os pontos positivos do Bitcoin, como divisibilidade, portabilidade, limite máximo, entre tantas outras qualidades, como o fato de ser incensurável, ao contrário das CBDCs que serão um padrão mundial.
Bitcoin morreu, mas segue vivo
Manchado pela falência de diversas empresas, como Celsius, BlockFi, FTX, Voyager e Three Arrows Capital, o Bitcoin perdeu boa parte de seu valor, mesmo assim é uma saída melhor que o Euro.
Cotado a US$ 16.850, aparece como a 28ª maior moeda do mundo por valor de mercado, deixando tantas centenas para trás. Em relação a empresas e outras commodities, aparece na 27ª posição, na frente de grandes marcas como Samsung, Bank of America e Meta (Facebook).
Sendo assim, dizer que o Bitcoin está caminhando para a irrelevância é um tanto falso. Além disso, tecnologias como a Lightning Network permitem que ele seja usado ainda mais facilmente para pagamentos por produtos como comida.