A história da China com criptomoedas não é apenas complicada, mas também é longa. Ainda em 2009, há 14 anos, o país asiático iniciava sua guerra contra as moedas digitais, mais especificamente contra créditos e itens de jogos virtuais.
Anos depois, em 2013, o Bitcoin se popularizava no mundo inteiro enquanto saltava dos US$ 12 para mais de US$ 1.000. A partir dali, a China começava uma forte repreensão, dando seu ultimato em setembro de 2021.
No entanto, agora o país comandado por Xi Jinping está querendo taxas ganhos com criptomoedas. Conforme apontado pelo jornalista Colin Wu, alguns locais já implementaram tal medida.
“Algumas autoridades fiscais locais na China começaram a impor um imposto de renda pessoal de 20% sobre os lucros com criptomoedas, bem como de muitos mineradores de bitcoin.”
As criptomoedas não estavam banidas?
Embora tenha conseguido expulsar grandes mineradoras de suas terras em 2021, dados do ano seguinte apontavam que a China ainda era o segundo maior produtor de Bitcoin do mundo.
Quanto ao uso de Bitcoin, este parece ser ainda mais difícil de controlar. Afinal, investidores podem manter suas economias em suas carteiras até mesmo se não tiverem acesso à internet. Contudo, os cidadãos chineses não parecem tão preocupados assim.
Segundo dados publicados após a falência a FTX, cerca de 8% dos usuários da corretora eram chineses. Além disso, é comum ver chineses falando sobre criptomoedas em redes sociais.
Portanto, o banimento das criptomoedas não parece ter tido tanto impacto na China, principalmente em corretoras offshore que possuem pouca regulamentação.
China quer taxas criptomoedas
Já nesta segunda-feira (30), Justin Sun, criador da Tron (TRX) comentou a matéria de Colin Wu, afirmando que o modelo de taxação sobre criptomoedas pela China é uma “clara indicação que o governo chinês vê as criptomoedas como forma legítima de riqueza”, notando que o país pode rever suas leis em breve.
“A China deu um grande passo em direção à regulamentação das criptomoedas com a implementação de um imposto sobre transações de criptomoedas. Isso sinaliza a crescente adoção de criptomoedas pelo país”, escreveu Justin Sun. “Com o aumento do uso de criptomoedas na China, espera-se que o governo regule ainda mais a indústria, proporcionando maior legitimidade e estabilidade.”
Portanto, sendo o país com a maior população do mundo, de 1,4 bilhão de habitantes, uma reversão no banimento das criptomoedas pela China poderia impulsionar ainda mais o preço do Bitcoin.
Economista chines pede revisão de leis sobre criptomoedas
Já neste último sábado (28), Huang Yiping, ex-conselheiro do Banco Central da China, publicou seu discurso feito durante um evento em dezembro. Além de falar sobre o yuan digital, também afirmou que o país deve rever sua abordagem com as criptomoedas, notando que este pode perder uma grande oportunidade enquanto o resto do mundo segue aberto as mesmas.
“Criptomoedas como o Bitcoin são mais como ativos digitais do que moedas digitais no sentido estrito da palavra. A atual retenção da China de transações com criptomoedas é garantida no curto prazo para atingir objetivos políticos, como combate à lavagem de dinheiro e gerenciamento de contas de capital. No entanto, algumas novas tecnologias digitais no campo das criptomoedas, como tokenização, livro-razão distribuído (DLT) e tecnologia blockchain, têm valor de aplicação importante para o sistema financeiro formal e podem ser perdidas.”
Portanto, podemos estar acompanhando uma grande mudança de rumo tanto para o Bitcoin quanto para a China, o que pode ter grande impacto nos preços. No entanto, dada a postura rígida do país, é esperado que o governo tenha um maior controle sobre investidores e investimentos do que estes teriam em outro local.