O dono da empresa BTC Trader, Nilson Alves da Silva, é mais um investigado no Brasil por possíveis golpes no mercado de criptomoedas, após ofertas de rendimentos altas para investidores, sem autorização de funcionamento.
Em Cabo Frio, ele se tornou conhecido por criar uma empresa rival da GAS, do faraó dos bitcoins. Ao recrutar clientes e funcionários da GAS na cidade, não demorou muito para Nilson entrar na mira de um crime.
Assim, em 20 de março de 2021, enquanto trafegava nas ruas da cidade, criminosos abordaram seu carro e deram tiros a queima roupa contra o dono da BTC Trader. Mesmo escapando da morte por pouco, o novo suspeito ficou com graves sequelas.
Dono da BTC Trader deve ser investigado por promessas de rendimentos no mercado
Mais conhecido como “Nilsinho” entre investidores de Cabo Frio, ele tentou fazer frente a GAS Consultoria e criou a BTC Trader. Desde que sofreu os tiros, possivelmente a mando do Faraó dos bitcoins, encerrou sua empresa suspeita.
Assim, clientes que investiram com a empresa reclamam sobre um golpe e pedem dinheiro de volta. Em apuração do Livecoins, o Ministério Público do Rio de Janeiro recebeu inúmeras reclamações, mas preferiu mandar o caso para a Justiça Federal.
“Fica claro que a ‘negociação de criptomoedas’ nada mais é do que uma roupagem camuflada para uma captação de investimentos. A BTC TRADER era, em verdade, uma instituição financeira estabelecida sem a devida autorização, gerida de forma fraudulenta, através de operação de negociação de contratos de investimento coletivos sem autorização da autoridade competente (CVM), com prestação de informações falsas aos investidores quanto à natureza do negócio.”
A investigação encontra-se suspensa, com o ministro relator Joel Ilan Paciornik, que acompanha o caso, decidindo que a Justiça Criminal do Rio de Janeiro deverá cuidar do processo. Isso porque, segundo o ministro o STJ, a BTC Trader praticou crime de estelionato, e não contra o sistema financeiro. O MPF deve receber o processo para vistas nos próximos dias.
De qualquer forma, a empresa de Nilson Alves, que prometia 10% ao mês, encerrada em 2021, passa por investigação.
Alvo de grupo de extermínio do Faraó dos bitcoins
Investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro indicam que “Nilsinho” pode ter sido uma das vítimas do grupo de extermínio, sob o comando do Faraó dos Bitcoins.
Após a tentativa de assassinato frustrada contra Nilson Alves, o grupo do Faraó conseguiu matar Wesley Pessano, em julho de 2021. Com o episódio ganhando notoriedade nacional, a empresa de Glaidson se viu encerrada pela Operação Kryptos, deflagrada pela Polícia Federal em agosto daquele ano.
A apuração dos crimes segue na justiça e, recentemente, impactou na transferência de Glaidson Acácio para um presídio federal em Catanduvas, no Paraná. Na decisão para retirar ele do Rio de Janeiro, a justiça federal considerou perigoso que o suspeito permanecesse no estado.