Francisley Valdevino da Silva, mais conhecido como Sheik dos bitcoins no Brasil, teve um pedido de habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão foi assinada pela Ministra Laurita Vaz, que cuidou da análise do pedido apresentado pela defesa do suspeito.
Considerado mais um líder de pirâmide com a imagem das criptomoedas, Francisley cuidava das operações do Grupo InterAg.
Ele é um dos alvos da Operação Poyas, deflagrada pela Polícia Federal em 2022, contra o esquema que prometia grandes lucros associados ao mercado de criptomoedas.
A Rental Coins é uma das empresas sob seu controle que ganhou fama entre investidores, mas haviam outros negócios, inclusive nos EUA.
Sheik dos bitcoins seguirá preso, após STJ negar pedido de liberdade
No processo que corre no STJ consultado pelo Livecoins, a defesa do Sheik dos bitcoins alega que não haver fundamentos em sua prisão. Assim, como ele é um réu primário, com bons antecedentes e residência física, seus advogados pediram sua liberdade, com expedição de alvará de soltura.
No entanto, na análise da ministra do Superior Tribunal de Justiça, restou claro que os “bons antecedentes” não anulam as suspeitas que caem sobre investigado.
Isso porque, na análise sobre o caso, a ministra percebeu que Francisley já descumpriu medidas judiciais no passado recente. Ordenado a parar de criar empresas, possíveis pirâmides financeiras, ele seguiu coordenando os negócios, mesmo de sua casa.
Encontros com líderes, contato com testemunhas, entre outras medidas de descumprimento no rol da investigação da Operação Poyas acabaram motivando as autoridades a pedirem sua prisão. Vale lembrar que ele está preso desde o início de novembro de 2022.
Na decisão final, a ministra diz entender que manter a prisão do suspeito é uma ação importante para conter a ação de sua organização criminosa. Além disso, ela julgou que mesmo com o réu possuindo condições pessoais favoráveis, não se pode afastar todos os elementos que pesam contra sua conduta possivelmente criminosa.
Sheik dos bitcoins e a confusa “locação de criptoativos”
Muitos investidores de criptomoedas não sabem como rentabilizar suas moedas, após ouvirem relatos de grandes lucros associados a este mercado.
Assim, muitas empresas surgiram nos últimos anos pedindo que iniciantes depositassem suas moedas nas plataformas, de modo a rentabilizar os valores aos clientes. Muitas propostas surgiram neste sentido, como “robôs de trade”, “arbitragem de criptomoedas”, entre outros.
Com o tempo, a maior parte das empresas se mostraram ruins e perigosas, com esquemas de pirâmides financeiras, que se passavam por negócios sólidos. A nova moda, com o fim da Rental Coins e até o recente colapso da Braiscompany na Paraíba, mostra que a “locação de criptoativos” é o novo esquema para atrair investidores desatentos.
Em comum, todos os golpes no mercado de criptomoedas captam as moedas digitais dos clientes com ofertas de rendimentos. A partir de junho de 2023, quem criar golpes pode receber penas mais duras, com a chegada da nova lei que regula as criptomoedas no Brasil.