Em uma nova operação contra gerentes da Braiscompany, a PF apreendeu bens e pode descobrir mais detalhes sobre o golpe com criptomoedas. A operação, deflagrada na manhã desta quinta-feira (18), já vinha sendo esperada por clientes lesados pela empresa com sede em Campina Grande (PB).
Isso porque, apesar da Braiscompany ter sua liderança sob o comando do casal de sócios Antônio Neto e Fabrícia Ais, muitos outros cúmplices ajudaram o esquema a captar recursos.
Alguns ocupavam cargos de “gerente select”, entre outras nomenclaturas hierárquicas, e já tentavam se desassociar do golpe após a Operação Halving. A operação na manhã desta terça foi batizada de “Select”, que é uma alusão a denominação do grupo de gerentes que mais captavam recursos para a empresa entre as vítimas do esquema investigado.
PF cumpriu mandados contra gerentes da Braiscompany em São Paulo e outras duas cidades
Em nota, a Polícia Federal do Brasil informou que deflagrou a Operação Select como um desdobramento da Operação Halving. A ação contou com apoio do Ministério Público Federal.
O objetivo é o de apreender evidências de organização criminosa voltada a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional, além do mercado de capitais. Os gerentes select são investigados por atuarem como possíveis sócios e colaboradores da empresa fraudulenta, que tem seus sócios foragidos da justiça.
Ao todo, a PF cumpriu seis mandados de busca e apreensão, nas cidades de Campina Grande e Assunção, ambas na Paraíba, além de São Paulo (SP). Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal.
As suspeitas sobre o caso indicam que o esquema pode ter movimentado 1,5 bilhão de reais nos últimos 4 anos, apenas nas contas dos suspeitos. Na própria conta bancária dos gerentes select podem ter girado parte dos valores, que agora passam por apuração pela nova operação da PF.
Os investigados poderão responder por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e lavagem de dinheiro, entre outros.
Fuga de líderes e mudança de postura dos gerentes
A PF não divulgou o nome dos seis suspeitos investigados pela nova operação deflagrada nesta terça. De qualquer forma, os clientes podem ter colaborado para identificação dos suspeitos, visto que a polícia federal deixou disponível um formulário para colaborações.
Vale lembrar que, desde que os principais sócios da Braiscompany fugiram do Brasil, os gerentes select ficaram sem respostas aos clientes. Muitos deles tentaram mudar o discurso, apontando que também eram possíveis vítimas, visto que também perderam dinheiro.
Entre clientes, muitos sabem que os gerentes select eram um dos pilares da instituição fraudulenta, e agora começam formalmente a se defender em uma investigação federal sobre o maior golpe de criptomoedas com sede na Paraíba.