A possível pirâmide de criptomoedas X Capital Bank, que dizia até ter um fundo garantidor, segue sem muitas explicações aos investidores. No passado, o negócio afirmava rentabilizar o dinheiro dos clientes por meio da locação de NFTs.
Um mês após a Operação Cripto X, deflagrada pela Polícia Civil de Santa Catarina, a empresa segue com suas operações suspensas.
Para justificar o fim da liberação de saques aos investidores, a empresa suspeita alega estar com recursos presos na FTX, a falida corretora de criptomoedas que causou um colapso no mercado em novembro de 2022.
A empresa prometia lucros de até 40% ao mês e brindes para quem comprasse NFTs. Líderes alegam existência de fundo garantidor em caso de falência
Suspeita de pirâmide com criptomoedas dizia ter fundo garantidor
Milhões de reais captados com mais de 5 mil clientes, era assim que a X Capital Bank se apresentava a novos investidores.
Apesar das grandiosas estatísticas, o negócio dizia que não estava disponível para qualquer um interessado em realizar aportes. Isso porque, só com documentos aprovados pelo compliance do jurídico que novos clientes poderiam entrar.
Em um comunicado de um líder jurídico, ele deixava confortável a situação, explicando que os clientes novos só poderiam chegar após a X Capital Bank, que se apresentava como um banco, aumentasse seu fundo garantidor.
Apesar das falas públicas sobre o tal fundo, os clientes seguem sem pistas de quando poderão reaver seu investimento com o negócio. Isso porque, desde que a empresa fechou a sede em Florianópolis e depois se viu como alvo das autoridades, os líderes evitam falar sobre o possível esquema em público. Clientes seguem sem respostas e em agonia sobre a situação.
Advogado que representa clientes diz que caso indica golpe financeiro
O Livecoins procurou o advogado Artêmio Picanço, que representa vários investidores que acreditavam na empresa.
De acordo com Artêmio, o caso envolve um potencial golpe financeiro no mercado, e ele já representa clientes do Brasil e outros países, que acreditaram na empresa.
“Este é mais um caso de um potencial golpe financeiro. Já temos diversos clientes no Brasil e, também, fora do território nacional. Nota-se indícios claros de crime contra o sistema financeiro nacional, especialmente pela Lei 7.492/86, por ofertar publicamente valor imobiliário sem a devida autorização e dispensa do regulador, in casu: CVM. Por derradeiro, o representante legal da empresa, após sua abertura, chegou a receber auxílio do governo por meses, o que é, no mínimo, um contrassenso, vez que seria dono de uma empresa multimilionária.”
Após o fim da X Capital Bank, clientes revoltados criaram uma página no Instagram para expor os líderes e cobrar respostas, a “xcapitalpiramide”.
Responsáveis pela empresa não foram encontrados pelo Livecoins para comentar o caso, mas o espaço segue em aberto para manifestações.