Alexander Vinnik, fundador da corretora de criptomoedas BTC-e, foi extraditado para os EUA em agosto de 2022, onde enfrenta 21 acusações, incluindo lavagem de dinheiro de outros crimes.
Além de ter se declaração inocente de todas as acusações, Vinnik está otimista que possa ser libertado e então enviado de volta a sua terra natal.
O motivo de sua esperança está ligada a prisão do jornalista americano Evan Gershkovich, do The Wall Street Journal. Segundo as acusações do governo da Rússia, Gershkovich foi detido por espionagem. Sua prisão aconteceu no final de março e, nesta terça-feira (23), sua prisão preventiva foi prorrogada por três meses.
Ao contrário dos EUA, a Rússia não apresentou provas que sustentassem suas acusações, tratando o caso do jornalista americano como secreto. Gershkovich nega as acusações.
Portanto, o fundador da corretora BTC-e acredita que os governos tenham interesse em realizar uma troca. Em suma, os EUA liberariam Vinnik e, em troca, a Rússia liberaria Gershkovich.
O otimismo de Vinnik foi expresso por um defensor público em conversa com o próprio The Wall Street Journal, empresa onde trabalha o jornalista detido na Rússia.
“O Sr. Vinnik deveria ter permissão para responder às acusações contra ele e defender publicamente sua inclusão em uma troca de prisioneiros”, escreveu David Rizk, defensor público federal assistente no Distrito Norte da Califórnia ao WSJ.
Na sequência, o WSJ comenta que essas trocas estão sendo cada vez mais comuns, citando o caso de uma jogadora de basquete americana, Brittney Griner, que foi trocada por um comerciante de armas russo, Viktor Bout.
Departamento de Justiça não comentou sobre a ideia de troca de prisioneiros
Resumindo o caso de Alexander Vinnik, o russo fundou uma das primeiras corretoras de Bitcoin do mundo, a BTC-e, ainda em 2011. Mais tarde, em 2017, o site da corretora foi fechado pelo governo americano.
As acusações são de que a BTC-e teria facilitado a lavagem de dinheiro. O maior caso envolveria fundos do hack da Mt.Gox, cerca de 850.000 BTC, mas as acusações vão além.
Vinnik foi então preso na Grécia e tanto os EUA quanto a Rússia lutaram por sua extradição. Em 2020, o executivo foi enviado para a França e, após 5 anos de uma batalha judicial, foi extraditado para os EUA, em 2022, onde permanece preso.
Até o momento, a Justiça americana não comentou sobre o pedido de troca proposto por Vinnik.
No entanto, vale notar que os EUA estão fechando o cerco contra crimes ligados a criptomoedas. Na última semana, o Departamento de Justiça ofereceu R$ 50 milhões para quem apresentasse informações sobre Mikhail Pavlovich, hacker russo por trás de grandes ataques de ransomware.