A polícia de Bali prendeu um homem de 23 anos, identificado pelas iniciais T.S., na última terça-feira (30). Segundo a mídia local, T.S. estaria aceitando criptomoedas em seu negócio, um serviço de aluguel de carros.
Poucos dias antes da prisão do homem, Bali emitiu um alerta para nativos e turistas da região, afirmando que transações com criptomoedas ou qualquer outra moeda estrangeira eram ilegais na Indonésia.
Portanto, o caso pode ser interpretado como uma mensagem a outros entusiastas de criptomoedas que ignoraram o aviso.
A investigação da polícia de Bali
A unidade de crimes cibernéticos da Polícia de Bali iniciou suas investigações após a notícia sobre sua política de criptomoedas viralizar tanto na região quanto no mundo.
Os investigadores entraram em grupos no Telegram para procurar por evidências.
Sem surpresa, as autoridades descobriram diversos locais que aceitam criptomoedas como forma de pagamento. Os principais setores eram de cafeterias, locadoras de carros e imobiliárias, ou seja, serviços com alta demanda por estrangeiros.
Um desses empresários era T.S., um homem de 23 anos que estaria aceitando criptomoedas em seu negócio. Ao entrar em contato com o suspeito através do WhatsApp, T.S. forneceu um endereço de pagamento aos investigadores, pensando que eles eram clientes.
Segundo o acordo, o aluguel de três dias pelo carro custaria 350 USDT (R$ 1.720), uma stablecoin lastreada em dólar. A Polícia enviou 40 USDT como um adiantamento no domingo (28). Já na segunda-feira (29), após enviar os outros 310 USDT restantes, prendeu o comerciante.
“O modus operandi do suspeito era anunciar uma empresa de aluguel de carros, oferecendo-a nas redes sociais e aceitando pagamentos em criptomoedas”, comentou Kombes Satake, Chefe de Relações Públicas da Polícia de Bali.
Além disso, a polícia também coletou capturas de tela das comunicações em redes sociais e aplicativos de mensagens como provas, bem como um celular, um cartão de crédito, dinheiro em espécie e um carro.
Prisão é uma mensagem direta para quem estiver driblando as leis locais
Embora as criptomoedas possam ser uma comodidade para turistas, já que podem ser compradas em todo o mundo em antecipação a uma viagem, a Indonésia vê perigos associados em sua utilização como meio de pagamento.
Afinal, isso poderia rapidamente enfraquecer a sua moeda local, a rúpia indonésia. Portanto, a prisão de T.S. é um alerta não apenas outros comerciantes locais como também aos estrangeiros, que podem ter seus vistos apreendidos.
Por fim, o caso lembra a prisão de um jovem francês no Marrocos. Na ocasião, Thomas Claussi comprou uma Ferrari pagando em Bitcoin, mas acabou recebendo uma pena de 18 meses de prisão.