Corretora de criptomoedas usou dinheiro dos clientes para construir bunker apocalíptico em uma ilha

Os documentos apresentados incluem um memorando no qual Gabe descreve detalhadamente um plano para comprar Nauru, uma pequena nação insular na Micronésia.

Desde que a corretora de criptomoedas FTX declarou falência, em novembro de 2022, a empresa liderada por Sam Bankman-Fried tem sido objeto de intensa investigação, revelando uma teia de informações no mínimo absurdas.

Entre as várias revelações em um novo processo contra a empresa, uma história especialmente intrigante se destaca — o sonho do irmão do CEO da FTX de construir um bunker apocalíptico em uma ilha.

A então terceira maior corretora do mercado, criada pelos executivos da plataforma de criptomoedas agora extinta, foi acusada de vários crimes, incluindo o uso de fundos de clientes para fins pessoais.

De acordo novas informações reveladas em um dos processos movidos pela massa falida da FTX, liderada pelo ex-administrador de falências da Enron, John Ray, eles buscam 48 acusações relacionadas à transferência fraudulenta de fundos por ex-executivos da FTX:

Bankman-Fried, CTO Gary Wang, chefe de engenharia Nishad Singh e a CEO da Alameda, Caroline Ellison.

Doações para o próprio bolso

Além das alegações anteriores de como os executivos usaram os fundos da FTX — incluindo o uso de fundos de clientes por Sam Bankman-Fried para financiar sua própria defesa —, o processo inclui novas acusações sobre seus gastos extravagantes.

Um desses projetos, descrito pelos advogados da massa falida, foi a criação de uma instituição de caridade chamada Fundação FTX, que “servia pouco propósito além de colocar dinheiro nos bolsos dos Réus”, alegando que ela recebia doações diretamente de contas bancárias que continham fundos de clientes.

A Fundação FTX foi descrita como tendo projetos “frequentemente equivocados e às vezes distópicos”, incluindo a concessão de US$ 30.000 a um indivíduo para escrever um livro sobre como entender “as funções de utilidade dos seres humanos”.

Outros US$ 400.000 foram dados a uma entidade que produzia vídeos animados para o YouTube sobre o altruísmo efetivo, um movimento filosófico popular entre os executivos da FTX, que busca maximizar o impacto social por meio de doações de caridade e outras escolhas de estilo de vida.

Antes do colapso da FTX, Sam Bankman-Fried era conhecido por ser um grande doador para causas políticas e sociais, muitas vezes colaborando com seu irmão, Gabriel Bankman-Fried, ex-funcionário democrata e fundador de uma organização de defesa chamada Guardian Against Pandemics (GAP).

A massa falida alega que Sam Bankman-Fried direcionou pelo menos US$ 35 milhões para a GAP, a maioria dos quais provenientes de contas da Alameda que continham fundos de clientes.

Bunker apocalíptico em uma ilha

A história mais intrigante, no entanto, diz respeito ao plano de Gabe Bankman-Fried de comprar uma ilha.

Os documentos apresentados incluem um memorando no qual Gabe descreve detalhadamente um plano para comprar Nauru, uma pequena nação insular na Micronésia.

Segundo o memorando, o objetivo seria construir um bunker para ser utilizado no caso de “50%-99,99% das pessoas morrerem”, visando garantir a sobrevivência da maioria dos Altruístas Eficazes (EAs) e também desenvolver pesquisas sobre aprimoramento genético humano em um laboratório na ilha.

Em outras palavras, os executivos da FTX queriam construir um bunker de luxo para se esconderem em caso de apocalipse, isso, claro, usando dinheiro dos clientes da corretora.

O processo movido pela massa falida da FTX busca a recuperação de todos os bens que foram objeto das transferências fraudulentas, bem como indenizações financeiras, embora o valor não tenha sido especificado.

Enquanto Sam Bankman-Fried aguarda julgamento, previsto para iniciar em outubro deste ano, Gary Wang, Nishad Singh e Caroline Ellison se declararam culpados de acusações criminais e estão cooperando com o Departamento de Justiça.

Gabe Bankman-Fried, irmão de Sam Bankman-Fried, ainda não foi alvo de acusações pelos promotores no caso do colapso da FTX.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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