Jamie Coutts, analista da Bloomberg, comparou criptomoedas com empresas públicas e, em última análise, apontou que diversos concorrentes do Ethereum irão morrer, já que não geram lucros.
Outras criptomoedas analisadas por Coutts foram projetos chamados de “segunda camada”, ou seja, que trabalham em cima do Ethereum. Embora a situação dessas criptomoedas não esteja tão ruim quanto das outras, elas também estão no negativo.
Enquanto o Bitcoin possui poucos concorrentes, atuando como moeda e reserva de valor, o Ethereum possui diversos rivais no setor de ‘blockchains inteligentes’, incluindo Binance Coin (BNB), Cardano (ADA), Solana (SOL), Tron (TRX), Avalanche (AVAX), e tantas outras.
Concorrentes do Ethereum estão no prejuízo, alerta analista da Bloomberg
Conforme criptomoedas não geram dividendos, é difícil encontrar seu preço ideal, como acontece com ações. Mesmo assim, Jamie Coutts elaborou uma pequena tese para analisar as oportunidades (ou falta delas) neste setor.
“O cenário de blockchains de primeira camada (L1) alternativas me lembra as empresas zumbis (EBIT<despesa de juros) no mundo das moedas fiduciárias”, apontou Coutts. “Não vejo como [essas] criptomoedas podem evitar uma morte generalizada em um futuro não muito distante.”
“Demanda insuficiente (taxas) + inflação alta = lucratividade negativa.”
Continuando sua explicação, Coutts revela que 23% das empresas do Russell 3000 — um índice semelhante ao S&P 500, mas com mais companhias — são zumbis, ou seja, não geram lucros.
“As pessoas pagarão pelo crescimento potencial e, para alguns, isso acabará resultando em lucratividade”, continuou Coutts.
“O problema é o novo regime de taxas — inevitavelmente haverá desgaste. O mesmo para blockchains alternativas de primeira camada, algumas sobreviverão e prosperarão, mas muitas precisarão mudar de rumo.”
Embora seja difícil comparar criptomoedas com ações de empresas, o que Coutts quer dizer é que o Ethereum encontrou uma política monetária forte enquanto manteve sua segurança. Já seus concorrentes continuam sendo afetados pela sua própria inflação.
Segundo dados do Ultra Sound Money, o Ethereum teve uma redução de 302.500 ETH (R$ 2,75 bilhões) em sua oferta desde o The Merge. Na conta completa, mais de 1 milhão de ETH foram queimados e apenas 666.000 novos ETH foram gerados.
Portanto, agora o Ethereum está com uma inflação negativa de 0,28% ao ano, um avanço em comparação com o Proof-of-Work, cujas estimativas apontam que a inflação estaria em 3,17% ao ano.
Por fim, outros concorrentes do Ethereum ainda não conseguiram alcançar este patamar e, segundo Coutts, isso pode significar que seus dias estão contados.
De qualquer forma, vale notar que o ETH teve grandes saltos de preço ainda quando era bastante inflacionário. Além disso, tais projetos podem fazer mudanças em suas políticas a qualquer momento, o que pode mudar o cenário da análise novamente.