Apesar do volume de negociações de Bitcoin ter apresentado uma alta no primeiro trimestre de 2023, onde a métrica mensal chegou a R$ 3,2 bilhões em março, os números vêm caindo desde então. No mês passado, em agosto, o volume chegou a apenas R$ 1 bilhão.
Segundo dados do Livecoins, que reúne informações de 27 corretoras que operam no Brasil, algumas até mesmo encerraram suas atividades no último ano. Em fevereiro, a brasileira WallTime se despediu do mercado, já em agosto foi a vez da BitRecife encerrar as suas atividades, citando justamente o baixo volume de negociações como justificativa.
Embora muitos apontem que a entrada de corretoras internacionais esteja pressionando a indústria local, até mesmo a Binance está com um grande declínio no volume de negociações de Bitcoin no Brasil.
Enquanto seu volume chegou a 19.052 bitcoins em novembro de 2022 e de 13.660 BTC em março de 2023, em agosto o número de bitcoins negociados ficou em apenas 2.964. De qualquer forma, a Binance segue dominante no Brasil.
Volume de negociações de Bitcoin cai para menor nível no Brasil
Mesmo com a queda de 20% dos últimos dois meses, o Bitcoin ainda acumula ganhos de 55% no ano. Somado a isso, muitos analistas acreditam que o Bitcoin esteja barato já que a aprovação de um ETF à vista nos EUA parece inevitável.
Mesmo assim, o interesse dos investidores parece estar em baixa, tanto no Brasil quanto no mundo. Segundo dados do MercadoCripto, o volume de negociações de Bitcoin em agosto foi o pior dos últimos 12 meses.
A situação não é exclusiva do Brasil. Um recente estudo revelou que o volume de negociações de Bitcoin chegou ao seu menor nível dos últimos 5 anos após cair cerca de 90%.
O problema também não é único do Bitcoin. Quando adicionadas outras criptomoedas ao estudo, os dados continuam apontando que o mês de agosto de 2023 foi o pior em termos de volume.
Por fim, não há muito o que explique a queda do volume em corretoras. Um dos motivos poderia ser a pressão regulatória americana, mas isso teria pouco impacto no Brasil.
O preço, em forte alta em 2023, também não se encaixa nessa equação. Portanto, é possível que isso seja apenas desinteresse dos investidores, que estão procurando investimentos mais seguros em tempos de juros altos.