Brian Shroder está abandonando o cargo de CEO da Binance.US, corretora que atua exclusivamente no mercado dos EUA. Além dele, a corretora americana também está demitindo cerca de 1/3 de seus funcionários, mais de 100 pessoas.
As mudanças ocorrem enquanto a corretora sofre uma grande pressão regulatória. Em junho, a SEC processou tanto a Binance.US quanto a Binance internacional e seu fundador, Changpeng Zhao.
As demissões em massa e a saída de grandes executivos também não são exclusividade da Binance.US. Em julho, a Binance demitiu cerca de 1.000 funcionários, no mesmo período também deu adeus a nomes como Patrick Hillmann, Steven Christie e Hon Ng, que trabalhavam nos cargos de porta-voz, VP do setor de compliance e conselheiro geral, respetivamente.
Indo além, a Binance também cortou benefícios de funcionários, como auxílios com despesas telefônicas e de condicionamento físico, enquanto citava queda dos lucros. Mais recentemente, também fez diversas mudanças em suas plataformas, anunciando a remoção de diversos pares de negociação de criptomoedas.
Binance.US perde CEO e 1/3 de seus funcionários
Após ser processada pela SEC, a Binance.US decidiu que sua corretora trabalharia apenas com criptomoedas, abandonando o dólar americano. Três meses depois, o processo parece continuar impactando a presença da corretora nos EUA.
Em matéria publicada nesta terça-feira (12), o The Wall Street Journal aponta que Brian Shroder está deixando o cargo de CEO da Binance.US. Segundo sua página no LinkedIn, o executivo permaneceu no cargo por 2 anos e 9 meses após uma passagem de 3 anos no Ant Group.
O cargo passará a ser ocupado por Norman Reed, atual diretor jurídico (CLO) da corretora. Sua nova função seria provisória, mas mostra que a Binance.US está preocupada com questões jurídicas.
Além da saída de Shroder, a corretora americana também está realizando uma demissão em massa. No total, mais de 100 funcionários, cerca de 1/3 da força de trabalho da Binance.US, estão deixando a empresa.
“As ações que estamos tomando hoje permitem que a Binance.US tenha mais de sete anos de caixa e nos permitem continuar atendendo nossos clientes enquanto operamos como uma exchange que trabalha apenas com criptomoedas”, disse uma porta-voz da corretora ao WSJ.
Changpeng Zhao, fundador da Binance, não comentou publicamente sobre as mudanças na Binance.US. No entanto, é fácil encontrar declarações recentes do executivo sobre as mudanças em suas empresas.
“Há muitas notícias/rumores negativos, corridas a bancos, ações judiciais, fechamento de canais fiduciários, encerramento de produtos, rotatividade de funcionários, saída de mercados, etc. Adivinha o que não temos?”, desabafou Zhao na última quinta-feira (7). “Não temos problemas de liquidez. Todas as retiradas (e depósitos) são feitos normalmente. Todos os fundos dos clientes são seguros e com reservas de 100%.”
Logo após sua fundação, em 2017, a Binance passou a dominar os mercados em termos de volume de negociações. No entanto, até mesmo a gigante está reavaliando suas estratégias após mais um longo mercado de baixa das criptomoedas.