A Polícia Nacional da Ucrânia (NPU) informou nesta terça-feira (3) a prisão de quatro pessoas acusadas de extorquir um empresário. O valor envolvido chega a R$ 1,4 milhão (US$ 250 mil) em criptomoedas.
A vítima era um jovem empresário de 20 anos que não teve sua identidade revelada.
Explicando os acontecimentos, a polícia afirma que a fortuna do empreendedor chamou a atenção dos criminosos, que resolveram lucrar com a situação.
O grupo se passou por autoridades ucranianas e falsamente o acusaram de estar cooperando com a Rússia para obrigar que ele transferisse as criptomoedas. Os dois países estão em guerra desde fevereiro de 2022, há dois anos e meio.
“Eles intimidaram o homem com a ameaça de uma longa prisão por um caso fabricado de traição ao Estado e ofereceram “resolver o problema” por 250 mil dólares, prometendo encerrar a “investigação” fictícia”, destacou a Polícia Nacional da Ucrânia.
O empresário acabou caindo no golpe e transferiu 250.000 USDT, stablecoin lastreada em dólar, para os criminosos.
O grupo usou uma corretora para converter os fundos em outras moedas, que não foram divulgadas, naquele mesmo dia. Isso mostra que os criminosos teriam conhecimento do mercado. Afinal, a USDT é uma moeda centralizada e poderia ser congelada pela Tether a pedido das autoridades.
Criminosos foram presos por extorsão e poderão passar até 12 anos na cadeia
Apesar da demonstração de conhecimento do grupo, os especialistas em segurança digital da Polícia da Ucrânia conseguiram rastrear as transações dos criminosos e identificá-los.
“A polícia realizou uma série de buscas simultâneas em Kiev, nas regiões de Kiev e Cherkasy, nos locais de residência e registro dos golpistas e de seus familiares, assim como em seus veículos.”
“Foram apreendidos cartões bancários, equipamentos de informática, telefones celulares, veículos de luxo, documentos falsificados de jornalistas e membros de organizações de segurança pública, munições, e dinheiro em espécie totalizando quase 7 mil dólares e mais de 63 mil grívnas”, escreveu a NPU.
Finalizando, as autoridades afirmam estar verificando a participação do grupo em outros crimes com criptomoedas. Com as acusações atuais, cada um deles pode ser condenado a até 12 anos de prisão.