Vazou na mídia uma informação que a criptomoeda Tether coloca endereços Ethereum em uma lista negra. Isso porque, os endereços teriam sido associados com crimes em vários países, e ordens judiciais determinavam o bloqueio dos valores.
A criptomoeda Tether (USDT) é considerada uma stablecoin, ou seja, tem seu valor de mercado associado ao dólar. Dessa forma, cada unidade de USDT tende a ser igual a uma unidade de USD.
Contudo, a Tether não é uma moeda emitida por banco central, como o Dólar. A moeda norte-americana, o USD, é emitida pelo FED, Banco Central dos EUA. Já o Tether é impresso pela empresa iFinex, empresa mãe também da corretora de Bitcoin Bitfinex.
Para emitir seus dólares tethers, a criptomoeda utiliza redes de criptomoedas, como a do Bitcoin, Ethereum, Tron, entre outras. A Tether emite ainda versões de Euro (EURT), Yuan (CNHT) e Ouro (XAUT).
Suspeitos de fraude, Tether coloca 40 endereços Ethereum em uma lista negra
Desde que o Bitcoin surgiu em 2009, o mundo das finanças descentralizadas nasceu e, com isso, surgiram várias criptomoedas. Uma delas é a Ethereum, por exemplo, que surgiu no ano de 2015 para ser uma evolução do Bitcoin.
Entre as funções da Ethereum está a capacidade de emitir tokens, que podem ser uma representação digital de qualquer item físico. Um dos tokens Ethereum já criados, e o mais importante hoje, é certamente as versões de dólar digital, emitidos pela Tether.
Entretanto, a Tether é uma empresa que quando acionada pela justiça, pode banir endereços que tenham dólares na rede Ethereum. Essa percepção foi feita por um analista do Twitter, Philippe Castonguay, que criou um painel para identificar quais endereços Ethereum estão bloqueados.
No momento da escrita deste, 40 endereços Ethereum tinham sido colocados pela Tether na lista negra. O último endereço adicionado na temida lista foi na última sexta (10), que tinha mais que 17 mil ETHs antes de ser banido, ou seja, cerca de R$ 22 milhões.
Dessa forma, nenhum dos endereços poderão receber moedas ou enviar, com os saldos ficando inutilizados. Dos 40 endereços bloqueados pela Tether, pelo menos 25 foram em 2020, de acordo com lista feita por Philippe. A primeira vez que a Tether bloqueou um endereço foi em novembro de 2017.
Porque a Tether está bloqueando endereços?
Muitos podem não ter entendido o que motivou a Tether a realizar tais bloqueios em endereços. Isso porque, as criptomoedas tendem a ser uma maneira de se transacionar sem interferências, sendo o proprietário das chaves privadas o dono de um endereço.
Contudo, a Tether pode estar recebendo ordens judiciais de vários países, que apontam quais endereços devem ser bloqueados. Os donos dos endereços são procurados por cometar fraudes, inclusive de ataques hackers contra corretoras.
Em nota ao portal de notícias The Block, a Tether avisou que ajuda na aplicação da lei conduzida por autoridades. O mecanismo é chamado de congelamento de endereços, que tem ajudado nos últimos anos a bloquear endereços suspeitos de cometer fraudes.
O Tether auxilia rotineiramente a aplicação da lei em suas investigações. Através do recurso de congelamento de endereço, o Tether conseguiu ajudar usuários e corretoras a economizar e recuperar dezenas de milhões de dólares roubados por hackers
De fato, a Tether é uma criptomoeda polêmica desde seu início, sendo que ainda há desconfianças com o lastro dessa em dólar. Recentemente, a corte de Nova York abriu uma investigação contra a Tether que, inclusive, tem como um de seus criadores um candidato à presidência nos EUA em 2020.