Um deputado do Partido dos Trabalhadores (PT) questionou a privacidade do PIX, novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central. O questionamento veio após os resultados de uma pesquisa sobre o tema.
Com a chegada definitiva do PIX no último dia 16 de novembro, os brasileiros conheceram a novidade. Promovida há alguns meses pelo Banco Central do Brasil, o PIX seria uma inovação para sufocar às criptomoedas no país.
Além disso, o PIX poderia substituir o TED e o DOC, antigos sistemas de transferências bancárias. Com menos taxas e com funcionamento ininterrupto, sete dias por semana, o PIX ainda é alvo de desconfianças.
Uma delas é a privacidade das transações, um assunto sério principalmente em tempos de LGPD.
Após pesquisa, Deputado estadual do PT no Ceará questiona qual a privacidade do PIX
Com uma semana de funcionamento, o Banco Central do Brasil deve divulgar o balanço do PIX nesta terça (24). É esperado que os dados sobre o funcionamento do sistema e transações sejam apresentados à população.
O sistema, que ainda é gratuito para algumas transações, permite transferências entre bancos a qualquer hora. Com a novidade, o PIX recebe atenção também de alguns críticos da novidade.
Para o Deputado estadual do Ceará pelo PT, Acrísio Sena, o PIX ainda é nebuloso para a população. Com o mundo todo atravessando uma crise na economia e saúde, é normal haver um receio em aderir a nova tecnologia de pagamentos.
No entanto, tudo poderia ser pior com possíveis intervenções do governo no PIX, declarou o deputado. De acordo com a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, Acrísio espera que o Bacen seja claro com as informações do PIX. A privacidade foi uma das preocupações do parlamentar.
“Qual o controle do Governo sobre estas transações? Qual o nível de fiscalização? Como fica a privacidade das pessoas? As transações via Pix serão tributadas? Se sim, em qual percentual? São diversas dúvidas que surgem, agravadas pela total inoperância da equipe que hoje ocupa o Ministério da Fazenda”, declarou o deputado.
Em relação à tributação do PIX, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem falado sobre o assunto. Em aparições públicas, Guedes deixa claro que o PIX deverá ser tributado, mas ainda não há definições sobre o assunto.
Pesquisa aponta que grande parte dos brasileiros ainda não sabe usar o PIX
Em uma pesquisa encomendada pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, fica claro que o PIX ainda é um mistério para muitos. Cerca de 66,7% dos entrevistados deixaram claro que ouviram falar do PIX, mas não sabem como usar a ferramenta.
Os outros 33,3% afirmaram que conhecem e já utilizam o PIX em suas transações. Na pesquisa nenhum dos respondentes declarou não conhecer o PIX, outro dado que chamou atenção.
De qualquer forma, para um economista ouvido pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, cabe aos bancos e ao Banco Central desmistificar o sistema. Ou seja, sanar dúvidas de clientes e ensinar como utilizar as chamadas chaves privadas deve ser um processo contínuo.
Em um artigo do Tribunal de Contas de MT recente, o autor afirmou que as “Criptomoedas levarão vantagem em relação ao Pix”. Ainda assim, o Bacen luta para fazer o sistema nacional ganhar essa disputa, mesmo com questões como a privacidade, sendo cada vez mais colocadas em destaque.