Cardano líder em número de desenvolvedores? Não caia nessa!

A competição por smart contracts mais rápidos e baratos é uma guerra pela pseudo-descentralização.

Um estudo de atividades no GitHub, principal repositório do código-fonte das criptomoedas, mostrou a Cardano na liderança nos últimos 12 meses. Os dados foram coletados pela firma de investimentos de risco Outlier Ventures, e replicados em inúmeros portais de notícia.

O relatório mostra uma média de 700 solicitações de alteração (commit) por mês na 3ª maior criptomoeda. Este número está acima das 450 solicitações mensais da Ethereum, e 250 da Solana.

Quanto trabalho é necessário para enviar uma solicitação? Zero. Qualquer um pode entrar no repositório, e sugerir, por exemplo, uma correção ortográfica na documentação do projeto. Também é possível incluir um comentário na linha do código-fonte, explicando porque certa função foi implementada.

Em resumo: quantidade de commits no repositório não significa absolutamente nada!

Quer ver outro absurdo?

Abaixo temos dados de endereços ativos na rede do CoinMetrics, que é frequentemente confundido com número de usuários, o que não é verdade. Uma única carteira (wallet) possui diversos endereços, e as aplicações, descentralizadas ou não, fazem milhares de movimentações por dia.

Neste devaneio, Tron (TRX) é a moeda com maior número de endereços ativos na comparação acima. Veja bem, o dado é verdadeiro, porém é muito provável que 80% disso seja o próprio Justin Sun e seus funcionários. Mesmo que houvesse algum custo, os validadores da rede são controlados por este mesmo grupo.

Na Litecoin (LTC), por exemplo, o custo de cada transação é de 2 centavos de dólar, e na BCash SV (BSV) fica em torno de meio centavo. Em suma, qualquer grande holder consegue sustentar estes números sem um grande dispêndio.

Afinal, como funciona o smart contract da Cardano?

Esta versão meia-boca e preliminar, feita para conter os ânimos de quem aguarda há quase 7 anos, possui funções muito limitadas. Não é possível criar uma aplicação financeira descentralizada (DeFi), servindo basicamente para criar (mint) de NFTs, além de outras funções triviais.

Obviamente há promessas, parcerias e investimentos de futuras aplicações, termos técnicos com nome “bonito”, porém nada na prática, em funcionamento. O segredo do bom golpista é sempre aumentar a aposta, afirmando que a demora ocorre por conta de uma maior segurança, ou aumento de eficiência.

É nesse golpe que Charles Hoskinson e sua equipe possuem excelência. Para isso são utilizadas contas falsas em redes sociais, recursos do ICO para manipular a cotação, suborno de influenciadores, além de muito material promocional.

Cardano vai substituir o Ethereum?

A competição por smart contracts mais rápidos e baratos é uma guerra pela pseudo-descentralização. O exemplo recente da rede Solana desligada por mais de 10 horas é perfeito para descrever a situação. Não existe milagre: rápido, seguro, e barato? É centralizado.

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Marcel Pechman
Marcel Pechman
Marcel Pechman é trader e analista de criptomoedas desde 2017. Atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Além de YouTuber em seu canal RadarBTC, foi reconhecido em diversas premiações como um dos maiores interlocutores do Bitcoin do país. Maximalista convicto, acredita na falência da moeda fiduciária, aquela emitida por governos.

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