Acionistas da Microsoft decidem se empresa deve investir em Bitcoin

Microsoft é a 3ª maior empresa pública do mundo, ficando atrás apenas da Apple e da Nvidia.

Um documento da Microsoft mostra que seus acionistas devem escolher se a empresa deve ou não investir em Bitcoin, seguindo uma estratégia parecida com a da Microstrategy. Embora isso seja esperançoso para os fãs da criptomoeda, o conselho da empresa já se mostrou contra a ideia.

A proposta foi apresentada pelo NCPPR (National Center for Public Policy Research), um think tank americano conhecido por suas visões políticas favoráveis ao livre mercado e céticas em relação a pautas ligadas a governanças ambientais (ESG).

“Avaliação sobre investir em Bitcoin.”

Acionistas da Microsoft devem votar contra ou a favor da gigante investir em Bitcoin, terceira opção é abstenção de voto. Fonte: Reprodução.
Acionistas da Microsoft devem votar contra ou a favor da gigante investir em Bitcoin, terceira opção é abstenção de voto. Fonte: Reprodução.

Por que a Microsoft deveria investir em Bitcoin?

Outro documento publicado nesta quinta-feira (24) detalha os motivos pelos quais a Microsoft deveria investir em Bitcoin. O texto foca no perigo da inflação, que lentamente desvaloriza o dólar americano e o caixa da empresa.

“Em 31 de março de 2024, a Microsoft Corporation possui US$ 484 bilhões em ativos totais, a maioria dos quais são títulos do governo dos EUA e títulos corporativos que mal superam a inflação”, aponta o texto, também afirmando que a medição da inflação é manipulada e tais investimentos nem sequer superam a inflação real.

“Portanto, em tempos inflacionários como este, as empresas deveriam — e talvez tenham o dever fiduciário de — considerar a diversificação de seus balanços com ativos que se valorizem mais do que títulos, mesmo que esses ativos sejam mais voláteis no curto prazo.”

Como exemplo, é citado que o Bitcoin valorizou 99,7% nos últimos 12 meses e 414% nos últimos 5 anos, superando de longe quaisquer investimentos mais tradicionais.

O argumento também cita a Microstrategy como um exemplo a ser seguido pela Microsoft. Isso porque suas ações superaram as ações da Microsoft em 313% neste ano mesmo com operações muito menores.

“E eles não estão sozinhos. A adoção institucional e corporativa do Bitcoin está se tornando mais comum. O segundo maior acionista da Microsoft, a BlackRock, oferece a seus clientes um ETF de Bitcoin.”

A sugestão é que a Microsoft e outras empresas devam alocar 1% de seu capital em Bitcoin para se proteger da inflação.

Conselho de administração não gostou da ideia

Apesar dos bons argumentos, o conselho de administração da Microsoft se mostrou contrário a ideia, sugerindo que os acionistas da empresa devam votar contra a proposta. Segundo a nota, a gigante já investe em outros ativos com esse intuito.

“A equipe de Tesouraria Global e Serviços de Investimento da Microsoft avalia uma ampla gama de ativos investíveis para financiar as operações em andamento, incluindo ativos que se espera fornecer diversificação e proteção contra a inflação, além de mitigar o risco de perdas econômicas significativas devido ao aumento das taxas de juros”, disse o conselho.

“Avaliações anteriores incluíram Bitcoin e outras criptomoedas entre as opções consideradas, e a Microsoft continua monitorando tendências e desenvolvimentos relacionados a criptomoedas para orientar futuras tomadas de decisão.”

Conselho da Microsoft diz ser contra investimento em Bitcoin no momento.
Conselho da Microsoft diz ser contra investimento em Bitcoin no momento.

Um dos pontos que enfraquece essa estratégia Bitcoin é a volatilidade, disse o conselho, apontando que estabilidade e previsibilidade são essenciais para uma tesouraria corporativa.

Por fim, mesmo sendo difícil ver essa proposta sendo aprovada pelos acionistas da Microsoft, isso mostra o quão longe o Bitcoin já chegou, parecendo questão de tempo até que mais empresas considerem adicioná-lo em seus caixas.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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