Brincadeiras e memes à parte, Dogecoin é um fork (clone) da Luckycoin, que por sua vez era um fork do Litecoin. Em suma, 95% do código-fonte do Dogecoin é oriundo do Bitcoin, porém utilizando um algoritmo “Scrypt”, bem menos complexo que o SHA-256.
Este algoritmo é tão simples que sua mineração pode ser realizada pelas mesmas máquinas ASICs projetadas para o Litecoin, praticamente sem perdas para os mineradores de LTC.
Conhecido como “merge mining”, esta estratégia dá segurança para a rede Dogecoin, pois aproveita uma infraestrutura cara, que de outra forma seria inviável de implementar.
A paixão de Elon Musk e Mark Cuban
Sem dúvidas, Elon Musk e Mark Cuban possuem um histórico muito forte de investimento em empresas de tecnologia.
O CEO da Tesla ainda tem ao seu lado a experiência inigualável na área de energia e baterias.
Por este motivo, quando ambos promovem o Dogecoin, é razoável que muitos queiram acompanhá-los.
Fundadores abandonam projeto
Dogecoin começou como uma brincadeira entre Jackson Palmer e Billy Markus, porém ambos abandonaram o projeto em 2015.
Aos poucos o desenvolvimento do projeto foi parado, embora no início de 2018 tenha existido uma testnet do Ethereum que fazia integração com a Dogecoin para buscar escalabilidade.
Mineração infinita
A principal crítica ao Dogecoin é seu limite infinito de emissão, pois 10.000 novas moedas são emitidas de premiação para cada bloco minerado, algo que leva cerca de 1 minuto.
No entanto, esse não deveria ser um motivo de preocupação, pois a medida que cada 4 anos se passam são criadas 21 bilhões de moedas.
Em suma, o impacto das 14,4 milhões de moedas mineradas por dia passa a ser menos significativo.
Nodes e mineradores
Os nodes (nós) visíveis na rede são cerca de 1.200 de acordo com a Blockchair.com, enquanto os mineradores são praticamente os mesmos do Litecoin. Dentre as 10 maiores pools (cooperativas), nenhuma passa de 25%.
Desse modo, afirmar que a moeda é centralizada é incorreto, embora a grande questão seja justamente a ausência de conflitos que possam dividir a comunidade.
Por exemplo, Bitcoin já passou por um “bug inflacionário”, além da briga pelo tamanho do bloco, que levou a criação do BCash.
Em suma, é impossível afirmar o quão centralizada Dogecoin é, já que o projeto sobrevive às custas de alguns devs e fãs isolados.
Afinal, o DOGE pode substituir o BTC?
Tecnicamente, sim. Além do código-fonte compatível, é importante lembrar que dinheiro é uma construção social.
No entanto, perceba que nem mesmo a Tesla fez um aporte em Dogecoin. O “valor” do Bitcoin não é apenas do software, e sim a força de sua comunidade.
Ao menos a moeda-meme do simpático cachorro possui estabilidade em sua política monetária, algo que não existe na Ethereum, por exemplo.