A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), colocará as criptomoedas em seu processo de regras de autorregulação. A regras são de acordo com a associação “códigos de melhores práticas” do mercado, e deverão ser atualizadas nos próximos meses em comissões temáticas que atuam na ANBIMA.
O detalhe é que quem formula essas regras são profissionais de instituições associadas, representantes do mercado financeiro.
Após a criação das regras, elas são acompanhadas pelo mercado e podem virar processos julgados pela instituição.
ANBIMA colocará criptomoedas em regras de autorregulação
A ANBIMA divulgou um projeto que tem entre seus planos de incluir em 2022 nas suas regras de autorregulação as criptomoedas e investimentos offshore.
Ambos os assuntos chamaram atenção em 2021 no Brasil, após o Pandora Papers revelar que autoridades brasileiras tinham offshore. Além disso, as criptomoedas ganharam mais espaço no mercado financeiro brasileiro, com a chegada de produtos de investimentos na bolsa de valores.
Consultada pelo Livecoins nesta quinta-feira (3), a ANBIMA declarou que este trabalho ainda está em fase inicial, portanto, ainda não há materiais disponíveis para compartilhar com o mercado.
Contudo, em breve novidades estarão sendo divulgadas pelas redes sociais da ANBIMA.
“A autorregulação da ANBIMA é organizada na forma voluntária privada e abrange as três atividades que integram o conceito geral de regulação (quadro 1): (i) a elaboração de regras, realizada nos comitês da área de Representação da Associação (que são organismos nos quais participam representantes das instituições associadas da ANBIMA), (ii) a supervisão e (iii) o enforcement, que reúne as iniciativas para fazer cumprir e punir o descumprimento.”
Quem a ANBIMA representa?
Criada em 2009, a ANBIMA representa os interesses dos bancos, gestoras, corretoras, distribuidoras e administradoras. Ou seja, o mercado financeiro tradicional começa a trilhar sua influência em buscas de regras mais claras ao setor de criptomoedas.
Com a chegada da ANBIMA, por exemplo, corretoras que ingressarem no mercado de criptomoedas poderão ter que seguir as regras definidas pela autorregulação. Bancos que também já oferecem produtos e são ligados a associação também terão que cumprir as normas estabelecidas, que serão conhecidas nos próximos meses.
Assim, ela representa instituições que estão chegando nos últimos meses ao mercado de criptomoedas e ainda não compreendem totalmente seu funcionamento descentralizado e livre de controle de governos e empresas, com essas regras podendo ajudar eles a compreender melhor o ecossistema.
Vale lembrar que em 2021 a ANBIMA fez um curso sobre criptomoedas no Brasil, que falou também sobre investimentos em água e cannabis.