A Argentina tomou uma decisão drástica de aumentar o custo de energia em 4 vezes para mineradores de Bitcoin. Esse é um problema que a comunidade tem enfrentado no último ano e já causou muitas dores de cabeça para quem é minerador.
A Tesla, por exemplo, empresa de Elon Musk, deixou de aceitar o Bitcoin como meio de pagamento afirmando que a moeda poluí o meio ambiente e não é sustentável.
Com essa narrativa de uma grande empresa, o consumo de energia do Bitcoin acabou voltando ao noticiário global, atacado até por ambientalistas. Em maio de 2021, o Greenpeace parou de aceitar a moeda como doação, seguindo essa corrente de ataque aos fundamentos da tecnologia.
De qualquer forma, um país agora sobe o valor para que moedas sejam geradas.
Mineradores de Bitcoin na Argentina foram avaliados por estatal de energia
No final de dezembro de 2021, a Companhia de energia da Argentina culpou os mineradores de Bitcoin por casos de apagão, principalmente aqueles ocorridos em Buenos Aires.
Após essa situação, os mineradores da região começaram a ser caçados e identificados pelas autoridades, que queriam cobrar deles um valor acima pelo seu consumo de energia.
Dessa forma, na última segunda-feira (31), o Governo da Argentina emitiu a Resolução 40/2022, para clarear regras ao setor de consumo de energia no país.
Na resolução, o Ministério da Economia, por meio de sua Secretária de Energia, informou que enviou a Cammesa um ofício “solicitando informações sobre o novo consumo vinculado à atividade de mineração de criptomoedas que permita uma avaliação da demanda atual e futura dessa nova atividade econômica“.
Essas informações deveriam ser detalhadas corretamente, apontando informações vitais sobre o consumo energético desse setor. Ao realizar o levantamento, a estatal de energia Cammesa enviou o relatório para o Ministério de Economia que avaliou o setor e julgou ele como prejudicial ao país.
“Por isso, o consumo de energia elétrica da atividade de mineração de criptomoedas apresenta um perfil de consumo caracterizado por sua intensidade e constância, tanto horária quanto sazonal, cuja irrupção apresenta desafios para a infraestrutura da área de concessão à qual estão conectadas.”
Mineradores terão custo 4 vezes maior
Agora, conforme publicação no Boletim Oficial da Argentina, os mineradores de criptomoedas e Bitcoin terão um custo de energia quase quatro vezes maior com a resolução que o Ministério de Economia aprovou ao setor, que entrou em vigor na terça-feira (1).
“ARTIGO 4.- Estabelecer, durante o período entre 1 de fevereiro e 30 de abril de 2022, para a demanda de energia elétrica de usuários cuja atividade se enquadre na mineração de criptomoedas para o MERCADO ATACADO DE ELECTRICIDADE DO SISTEMA TIERRA DEL FUEGO (MEMSTDF), o aplicativo dos Preços de Referência da Energia (POTREF) e do Preço Estabilizado da Energia (PEE) no MEMSTDF, detalhados no Anexo II (IF-2022-07849279-APN-DNRYDSE#MEC) que faz parte integrante desta medida.”
Dessa forma, os custos aumentaram e a atividade se vê sob pressão no país vizinho ao do Brasil, que também não tem regras claras ao funcionamento do setor.