2023 foi um ano marcante para o Bitcoin, que registrou um impressionante aumento de 152%. A alta acendeu otimismo entre especialistas e comentaristas do setor, que, em entrevistas à CNBC, mostraram-se confiantes com o futuro da maior moeda digital do mundo.
Após alcançar um pico histórico em 2021, o Bitcoin enfrentou um 2022 turbulento, marcado por colapsos de projetos de grande visibilidade, problemas de liquidez e falências.
Um dos eventos mais notórios foi a falência da FTX, uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo, e a condenação de seu fundador, Sam Bankman-Fried, por acusações criminais federais nos EUA.
Paralelamente, Changpeng Zhao, ex-CEO da Binance, também se viu envolvido em questões legais, culminando em sua saída da corretora após um acordo de US$ 4,3 bilhões com o Departamento de Justiça dos EUA.
A resolução desses casos de alto perfil trouxe um alívio para o setor, permitindo que as empresas de criptomoedas avançassem, superando as más práticas associadas a algumas de suas figuras mais proeminentes.
O clima no mercado de criptomoedas, agora revitalizado, sinaliza o início de uma nova onda de alta, sustentada por dois fatores cruciais: o “halving” do Bitcoin e a potencial aprovação de um fundo de investimento em Bitcoin (ETF) nos Estados Unidos.
O “halving”, evento programado para ocorrer a cada quatro anos no código do Bitcoin, reduz pela metade as recompensas obtidas pelos mineradores. Este mecanismo controla a oferta de Bitcoin, cujo limite máximo é de 21 milhões de unidades. Historicamente, os eventos de “halving” antecederam aumentos significativos no valor da criptomoeda.
Além disso, cresce a expectativa em torno da aprovação do primeiro ETF de Bitcoin pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).
Após anos de resistência, a aprovação deste ETF representaria um marco, possibilitando que investidores adquiram um produto que acompanha o preço do Bitcoin sem a necessidade de negociá-lo diretamente em bolsas. A indústria espera que isso atraia um espectro mais amplo de investidores, especialmente institucionais de grande porte.
Previsões para 2024
Esses desenvolvimentos geraram previsões audaciosas sobre o preço futuro do Bitcoin. Mark Mobius, por exemplo, prevê que o Bitcoin possa alcançar US$ 60.000 até o final de 2024, impulsionado principalmente pela perspectiva de aprovação de um ETF de Bitcoin.
Youwei Yang, da Bit Mining, é ainda mais otimista, projetando que o Bitcoin possa atingir US$ 75.000 em 2024, impulsionado tanto pela aprovação do ETF quanto pelo “halving” previsto para maio de 2024.
James Butterfill, da CoinShares, compartilha uma visão semelhante, destacando que a aprovação de ETFs de Bitcoin nos EUA poderia mudar significativamente o cenário para ativos digitais em 2024.
Antoni Trenchev, da Nexo, reforça essa perspectiva, prevendo que o Bitcoin poderá atingir US$ 100.000 em 2024, graças à combinação do “halving” e da aprovação de vários ETFs de Bitcoin.
Por outro lado, o Standard Chartered e Carol Alexander, professora da University of Sussex, também preveem um preço de US$ 100.000 para o Bitcoin em 2024.
Alexander destaca que a volatilidade criada por traders profissionais e a resolução de questões regulatórias com a SEC, especialmente em relação à Coinbase e Binance, desempenharão um papel crucial nessa trajetória de preço.
A Matrixport projeta que o Bitcoin alcançará US$ 63.140 até abril de 2024 e US$ 125.000 até o final do ano. Por fim, Seth Ginns, da CoinFund, oferece uma das previsões mais elevadas, sugerindo que o Bitcoin poderia atingir entre US$ 250.000 e US$ 500.000 em 2024.
Essas previsões refletem não apenas um otimismo cauteloso, mas também uma grande expectativa para o futuro do Bitcoin. À medida que o setor se prepara para outro ano potencialmente transformador, o Bitcoin permanece como um dos ativos mais debatidos e intrigantes no mundo financeiro.