O CEO da Braiscompany voltou a culpar a Binance pelos problemas vividos pela sua empresa, dizendo ainda que os bancos também estão atrapalhando os negócios da plataforma que atrasa os pagamentos para os clientes desde novembro de 2022.
Em opiniões controversas nos últimos dias, ele chegou a declarar que a queda da FTX levou sua empresa a atrasar pagamentos. Contudo, depois da primeira versão, ele agora culpa a Binance.
Com sede em João Pessoa, o negócio oferece serviços de locação de criptomoedas e promete alta rentabilização. Mas nos últimos dois meses atravessa uma fase complicada em que não repassa corretamente os rendimentos de clientes.
CEO da Braiscompany se diz perseguido pela Binance e por bancos e lembrou episódio envolvendo Tiago Reis
Pedindo que os colaboradores mantenham o foco no negócio, Antônio Neto Ais divulgou um novo áudio em um grupo da empresa, que acabou vazando (escute mais abaixo) e foi enviado à redação.
De acordo com ele, o cenário de problemas da Braiscompany é real, mas a culpa não seria bem da própria empresa que atrasa os pagamentos, segundo o fundador.
Jogando a culpa na Binance e nos bancos, o CEO da ‘Brais’ promete liberar um relatório de transparência para seus clientes. O documento deve comprovar uma suposta liquidez da Brais, indicando que por conta de terceiros não honra com suas promessas.
“Estamos sendo perseguidos, sim, pelo sistema bancário e pelo sistema da Binance. A empresa tem liquidez para pagar, mas está sofrendo a perseguição de pagamentos.”
Durante a explicação, o executivo lembrou de quando Tiago Reis realizou sua operação Faraó contra a Braiscompany, citando que a empresa era uma clara pirâmide financeira.
“Quando o Tiago Reis nos perseguiu, a empresa ia fechar. Aí eu pergunto? Onde está seu foco?”
“Clientes mercenários e sanguessugas”, diz presidente da empresa em atrasos há dois meses
Tentando acalmar os clientes, o CEO da Braiscompany ainda disse que agora está conhecendo quem são os clientes alinhados com os valores da empresa.
Quem reclama e questiona os atrasos, segundo ele, são clientes mercenários e sanguessugas, que só estão investindo na empresa em busca de dinheiro. Estranho que o modelo de negócios da financeira de João Pessoa envolve justamente a oferta de ganhos altos e rápidos para investidores, mas agora apela para o emocional em um momento de crise.
“São clientes mercanários, sanguessugas, só buscando benefícios com o negócio.”
Até o fechamento da matéria, publicamente, a Braiscompany não havia publicado nenhum relatório de transparência.
Clientes acusam empresa de pedir comprovações e atrasar saques mesmo com quebras de contrato
Os problemas envolvendo a Braiscompany começaram a evoluir em novembro de 2022, pioraram em dezembro daquele ano e alcançam janeiro. Na última terça-feira (10), por exemplo, mais uma data de saques não foi cumprida pela empresa.
Assim, alguns clientes começaram a pedir a quebra de contrato na justiça, ou mesmo diretamente com a empresa. A intenção dos clientes é sacar pelo menos algum valor da plataforma antes que percam tudo.
De acordo com um cliente do Distrito Federal, pelo Reclame Aqui, ele não recebeu nenhum valor prometido, nem mesmo ao pedir o distrato.
“Empresa não cumpriu as obrigações de pagamento de rendimentos e já solicitei o distrato de contrato e não recebi tbem. [SIC]”
Outros clientes acusam a empresa de exigir uma espécie de “Declaração de Riqueza” para liberar saques, dando a entender que a Binance tem feito tais exigências. Enquanto isso, investidores se preocupam com a não liberação de valores em meio às dúvidas do mercado.
O Livecoins não encontrou responsáveis da Braiscompany para comentar, mas o espaço segue em aberto para manifestações.
Escute o aúdio abaixo.