O Banco Central do Brasil (BCB) abriu um desafio para que interessados em melhorar o projeto de CBDC do país com DeFi apresentem soluções. O evento foi lançado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na última terça-feira (30/11).
Nesta mesma data, a autarquia que controla o dinheiro brasileiro fechou uma série de webinars sobre o Real digital, explicando sobre alguns temas que eram dúvidas comuns dos brasileiros sobre o tema.
Campos Neto lembrou que os eventos foram moderados por membros do BCB e permitiu um amplo debate com a sociedade. Mas a inovação no dinheiro brasileiro deverá continuar.
“Com o Real digital, o BC vê potencial de incorporação de novas tecnologias, como dinheiro programável, smart contracts, ao nosso sistema de pagamentos e integrações. Essas tecnologias abrem espaço para novos modelos de negócios, que possam atender a demanda da população por meios nativamente digitais de liquidação, tal como observado no ecossistema de criptoativos.”
Como será o desafio do Banco Central do Brasil que procura implementar o DeFi no Real digital?
A busca por uma CBDC é uma realidade em vários países, visto que as criptomoedas já ocupam um espaço nas transações entre pessoas e tem ameaçado as moedas emitidas por estados. O BC da Indonésia, por exemplo, disse que corre para lançar sua CBDC para frear o crescimento do Bitcoin no país.
No caso do Brasil, a intenção certamente é construir uma moeda com características de criptomoedas, para fazer com que as pessoas deixem de usar aplicações financeiras descentralizadas, principalmente.
Assim, após o encerramento do último webinar do BCB sobre o Real digital, foi lançado o desafio LIFT Challenge Real Digital. Esse desafio será realizado pela Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), em parceria com o BC.
“O LIFT Challenge Real Digital será configurado como um ambiente colaborativo virtual ao reunir um público maduro de instituições de pagamento, bancos, fintechs e empresas de tecnologia.”
Com os desafios, participantes interessados em desenvolver MVPs viáveis que possam beneficiar a população e o Sistema Financeiro Nacional podem contribuir.
A preferência de produtos de inovação neste desafio seguirão quatro principais eixos, sendo:
- Entrega contra Pagamento voltado à liquidação de transações com ativos digitais;
- Pagamento contra Pagamento voltado ao câmbio entre moedas;
- Internet das coisas voltado à liquidação algorítmica ou diretamente entre máquinas;
- Finanças descentralizadas voltado à definição de protocolos com liquidação baseada em uma CBDC e tendo em vista requisitos de conformidade e supervisão estabelecidos em norma.
O Banco Central liberou um cronograma para essa solução, deixando claro que o processo de inovação por meio do desafio irá finalizar em julho de 2022.
Campos Neto acredita que o uso de stablecoins já mostra que as CBDCs devem encontrar casos de uso na sociedade, assim como a criação de pagamentos internacionais de pagamentos.