O Banco Central do Brasil divulgou a data do último evento sobre o Real digital, que discutirá os detalhes da tecnologia da moeda digital brasileira. Desde julho de 2021, já foram seis encontros sobre o tema do Real digital. Essa moeda deverá ser emitida nos próximos anos em formato de CBDC, podendo se integrar ao dinheiro digital de outros países.
No entanto, a moeda local brasileira não seria descentralizada como as criptomoedas, continuando com sua emissão a cargo do Banco Central do Brasil. Além disso, os bancos ainda teriam seu papel no sistema financeiro de intermediar o recurso dos clientes.
Na prática, a intenção da autarquia brasileira é criar uma moeda digital para substituir a moeda física, em espécie. Assim, em 2022 alguns testes pilotos já poderão ser conduzidos pelo BCB, que cumpre uma agenda para lançar inovações.
Banco Central do Brasil promove o último evento sobre o Real digital na próxima semana
Na próxima terça-feira (30), o Banco Central do Brasil apresentará em seu canal do YouTube o último evento sobre o Real digital, com início às 11 horas.
Os convidados a falar são Matthieu Saint Olive (ConsenSys), Ricardo Correia (R3) e Seidemann Wolfram (G+D Currency Technology). O debate será moderado por Aristides Andrade Cavalcante Neto, que é Chefe adjunto do Departamento de Tecnologia da Informação do BC.
O tema do encontro é “Tecnologias para emissão e compatibilidade com arranjos existentes“, que envolve discutir alternativas para criação da moeda digital. Um dos pontos é garantir que o sistema seja interoperável, se integrando aos sistemas internacionais.
Outra preocupação do Banco Central do Brasil a resistência da moeda digital brasileira a ataques cibernéticos, assunto que é fundamental na era digital.
“Nesse webinar as alternativas tecnológicas e os modelos existente serão considerados com vistas a avaliar, por um lado, sua interoperabilidade com sistemas existente e a possibilidade de sua integração a sistemas de pagamentos internacionais; e, por outro lado, sua segurança e resiliência a ataques cibernéticos.”
Este debate então fechará a série de sete eventos promovidos pelo Banco Central do Brasil sobre o Real digital, um tema novo no país, mas em estudo por muitos países.
Essa tecnologia chega principalmente para buscar combater o uso das criptomoedas públicas como o Bitcoin, que tem crescido no Brasil como reserva de valor e meio de pagamento. Enquanto isso, a moeda brasileira atual já é considerada uma das piores do mundo, devido à sua desvalorização perante o Dólar em 2021.
O que mudará com as CBDC? Além de retirar de circulação o dinheiro em espécie, o BCB espera contar com um dinheiro programável, DeFi, entre outras inovações que só são possíveis com uma moeda digital, segundo fala de integrantes da própria autarquia.