O Banco Central do Brasil divulgou nesta quinta-feira (3) os escolhidos para ajudar na construção do Real digital, sendo a Aave uma das escolhidas.
A escolha de todos os 9 selecionados se deu pelo Lift Challenge Real Digital, após receber 47 propostas diferentes de 43 empresas. Ou seja, várias foram as propostas e o Bacen divulgou apenas nove para acompanhamento.
De fato, chama atenção que o cronograma foi adiado em 1 dia, visto que estava definido que a divulgação ocorreria na próxima sexta-feira (4). De qualquer forma, a partir do dia 28 de março é esperado que os projetos comecem a ser executados pelos escolhidos.
A expectativa do BCB, segundo o cronograma, é que no dia 29 de julho de 2022 a execução dos projetos seja finalizada.
Para criar o Real digital como uma moeda recheada de recursos de inovação, o Banco Central do Brasil abriu em novembro de 2021 um edital para receber propostas de empresas.
Segundo a autarquia brasileira, o projeto recebeu intenso apoio internacional, sendo várias as aplicações possíveis com o novo formato de moeda fiduciária digital, chamada CBDC.
“O interesse global pelo tema atraiu empresas brasileiras e de outros 7 países (Alemanha, Estados Unidos, Israel, México, Portugal, Reino Unido e Suécia). Os projetos de aplicações para o Real Digital foram os mais variados, cobrindo o universo proposto na chamada dos trabalhos, com aplicações de entrega contra pagamento (DvP), pagamento contra pagamento (PvP), internet das coisas (IoT), finanças descentralizadas (DeFi) e soluções de pagamentos quando ambos pagador e recebedor se encontram sem acesso à internet (dual offline).”
Para o setor de DeFi, o BCB escolheu a Aave para ajudar a criar um Real digital que permita “recursos de vários poupadores (formando uma pool de liquidez) com foco em oferecer empréstimo e garantir a aderência dessas operações às normas do sistema financeiro, empregando ferramentas de DeFi”.
O protocolo Aave provê liquidez de código aberto e não custodial, onde usuários podem emprestar criptomoedas e obter financiamentos descentralizados. Com isso, fica claro que o Real Digital deverá contar com algum recurso de DeFi, como havia sido anunciado pelo presidente Roberto Campos Neto.
Os outros oito escolhidos pelo BCB levaram propostas diferentes para o Real digital, que agora passam a ser acompanhadas. Cabe lembrar que o projeto-piloto do CBDC brasileiro deve chegar ainda em 2022.
Assim, os bancos Santander Brasil e Itaú Unibanco (com apoio da B3 e R3) também foram escolhidos, apresentadas propostas de um formato digital (tokenização) do direito de propriedade de veículos e imóveis pelo primeiro e, pagamentos internacionais pelo segundo.
Já a corretora Mercado Bitcoin com Bitrust e CPqD foi aprovada com uma proposta de DvP de ativos digitais, com foco em criptoativos. A Visa do Brasil, Microsoft e ConsenSys também entraram com uma solução de DeFi, ligada ao financiamento de pequenas e médias empresas.
Outra que foi selecionada é VERT, que elaborará um financiamento rural baseado em um ativo tokenizado programável com valor atrelado ao do Real (stablecoin do Real). A TecBan e Capitual, dona dos Bancos24Horas, apresentou uma solução de logística para e-commerce baseada em técnicas de IoT.
Por fim, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) produzirá um DvP de ativos financeiros, sendo a Giesecke + Devrient responsável por implementar pagamentos dual offline.
Segundo nota do BCB, essas propostas concordam com a Agenda BC e diretrizes do Real digital, devendo ser testadas para criação de uma moeda que gere benefícios para a sociedade.
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