Malvisto devido as diversas falências e golpes no ano passado, o setor de criptomoedas está em apuros. Agora, bancos estão sendo pressionados a cortarem laços com empresas criptos.
Um dos maiores exemplos é o banco Silvergate. Conhecido como o “Banco do Bitcoin” por seu envolvimento com diversas empresas de criptomoedas, a instituição revelou um prejuízo líquido de US$ 948,7 milhões (R$ 4,9 bilhões) no ano passado.
Mesmo que os empréstimos à MicroStrategy — para comprar mais Bitcoin — sejam irrelevantes, a exposição do Silvergate à corretora FTX foi suficiente para derrubar o preço de suas ações pela metade em poucas semanas.
No último trimestre de 2022, uma onda de saques de US$ 8,1 bilhões (R$ 42 bi) pegou o Silvergate de surpresa.
Outro afetado foi o Signature Bank. Embora também fosse um banco amigável as criptomoedas, a Binance afirmou que o mesmo deixará de processar transações menores que US$ 100.000 (R$ 518.000) já no próximo mês de fevereiro, afetando a maioria dos usuários.
Como consequência da exposição às criptomoedas, os dois bancos precisaram recorrer ao Fed. Segundo o The Wall Street Journal, enquanto o Silvergate recorreu a um empréstimo de US$ 3,6 bilhões (R$ 18,65 bi) do Fed, o Signature colocou a mão em outros US$ 10 bilhões (R$ 51,8 bi).
Sendo assim, é natural que nenhum órgão americano esteja contente com este contágio.
No início deste ano, o Banco Central dos EUA (Federal Reserve), o Escritório de Controladoria da Moeda (OCC) e a Corporação Federal Asseguradora de Depósitos (FDIC) emitiram um alerta aos bancos. Enquanto isso, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) segue rejeitando pedidos de ETF de Bitcoin à vista.
Bancos foram afetados, mas não foram os únicos
Embora as somas apresentadas acima chamem atenção, o contágio das criptomoedas também afetou diversos setores além do bancário, o que pode ser ainda mais preocupante.
Obviamente, o maior exemplo é a falência da FTX. Como exemplo, a equipe de eSports TSM reincidiu um contrato de US$ 1 bilhão com a corretora. Outra afetada foi a equipe de F1 Mercedes. Além disso, a arena da equipe de basquete Miami Heat também removeu a FTX de seu nome no início deste ano.
Portanto, reguladores americanos estão tentando evitar que novos contágios ocorram, principalmente a bancos. No entanto, as próprias empresas já estão desconfiadas e evitando o envolvimento com o setor.