O Bank of New York Mellon (BNY Mellon) afirmou que comprará Bitcoin para seus clientes. Além disso, fará custódia para os investidores, podendo trabalhar até com outras criptomoedas, não só o Bitcoin.
O anúncio chama atenção uma vez que o BNY Mellon é considerado o banco mais antigo dos EUA. Até Warren Buffett, que é um crítico feroz do Bitcoin, investe na instituição hoje.
A estratégia de entrada do banco no mercado de criptomoedas acompanha a recente ascensão do Bitcoin ao chamado mainstream. Com a compra da Tesla, na última segunda-feira (8), o mercado institucional está buscando obter uma fatia do mercado.
As informações são do Wall Street Journal (WSJ).
BNY Mellon comprará, guardará e negociará Bitcoin para seus clientes
Quando o Bitcoin foi lançado em 2009, seu fundador, Satoshi Nakamoto, acreditou estar criando uma moeda para a internet. Ao lançar uma moeda digital descentralizada, a primeira que realmente funcionou, Satoshi deu ao mundo uma nova visão de dinheiro.
Isso porque, as moedas fiduciárias são controladas por bancos centrais, instituições vinculadas aos estados nação. Já o Bitcoin, com sua característica libertária, é a primeira moeda livre da internet.
Dessa forma, muitos bancos estavam céticos quanto ao papel do Bitcoin como moeda. No entanto, desde 2020, um movimento de ampla adoção institucional começou a acontecer.
Com empresas principalmente dos Estados Unidos anunciando a entrada no setor, o preço do Bitcoin valorizou bruscamente. Cada unidade da moeda vale hoje mais de U$ 46 mil, com cerca de 360% de valorização no último ano, em relação ao dólar.
E nesta quinta (11), o BNY Mellon surpreendeu seus clientes, ao anunciar que comprará Bitcoin para seus clientes. Com grandes executivos pedindo para a instituição comprar Bitcoin para eles, de acordo com o WSJ, o banco enfim tomou a decisão.
O passo é importante para que mais bancos de Wall Street comecem a entrar de vez no Bitcoin. Ainda que a regulamentação da moeda não esteja clara, a entrada de grandes instituições ajudam a legitimar o mercado, inclusive com mais casos de uso.
Com movimento, Bitcoin pode ser tornar uma classe de ativos legais nos Estados Unidos
Segundo o Wall Street Journal, o BNY Mellon não é a primeira instituição a trabalhar com Bitcoin nos Estados Unidos. Em 2018, a Fidelity Investiments começou no mercado, sendo pioneira.
Contudo, com a chegada do BNY Mellon, considerado um dos grandes bancos, o Bitcoin tende a ser considerado um ativo a mais no portfólio de grandes investidores. Isso legitimaria o Bitcoin como uma classe de ativos legais nos Estados Unidos, um movimento importante para o futuro do setor.
“Há uma mudança geral de sentimento em relação aos ativos digitais”, disse o executivo do BNY à frente de sua unidade de ativos digitais, “Os ativos digitais são o futuro”, completou.
Como o BNY Mellon também fará a custódia de Bitcoin, ele espera depósitos da criptomoeda na instituição. Mesmo assim, a custódia dos Bitcoins dos clientes será feita de forma diferente dos demais ativos, garante o banco.
Um time de executivos do BNY Mellon, inclusive, está sendo formado para integrar as criptomoedas com a infraestrutura financeira de Wall Street. Pode levar de três a cinco anos para que isso esteja completo, mas a iniciativa é promissora afirmou o WSJ.
É esperado que todos os negócios financeiros de Wall Street sejam alcançados por criptomoedas, garante Mike Demissie, Chefe de Soluções Avançadas do BNY Mellon, que inclusive avalia o potencial do uso da blockchain no banco.
O Livecoins entrou em contato com a divisão brasileira do banco para saber se também vão oferecer o serviço, mas não houve resposta até o fechamento da matéria.