Desde seu topo histórico, registrado em 10 de novembro de 2021, o Bitcoin já perdeu mais de 50% de seu valor, saindo de US$ 69.000 para US$ 32.000 nesta segunda-feira (9). Entretanto, o Bitcoin não está sozinho neste mercado de baixa, e não estamos falando sobre outras criptomoedas, embora estas estejam com o mesmo histórico.
Gigantes da indústria americana também estão juntos neste barco. Amazon, Microsoft e NVIDIA, por exemplo, também tiveram perdas expressivas durante este mesmo período. Além disso, também podemos apontar quedas maiores, de 75%, da Netflix e do PayPal.
O culpado seria o Federal Reserve, Banco Central dos EUA, reduzindo estímulos financeiros para controlar a inflação. Entretanto, o ouro não seguiu esta tendência, inclusive atingiu preço histórico neste ano, colocando em xeque a posição do Bitcoin como um ouro digital, ou seja, uma reserva de valor.
Bitcoin: ouro digital ou tecnologia?
Definir o que é o Bitcoin é, em simultâneo, fácil e complicado. Além de ser uma moeda, com oferta limita em 21 milhões de unidades, também é um sistema de pagamentos global e incensurável.
Durante muitos anos, a narrativa é que o BTC tanto dinheiro quanto uma rede de pagamentos, mais tarde passou a ser considerado como um ouro digital por conta de sua escassez.
Contudo, a forte correlação de preços com o mercado de ações está tornando esta última posição. Afinal, alguns argumentam que o Bitcoin deveria estar mais relacionado ao ouro, mais antiga reserva de valor do mundo, do que a empresas.
Portanto, traders podem estar enxergando o BTC como as ações do Bitcoin, sendo este uma empresa. Totalmente errados não estão, afinal ele também depende do fluxo de “clientes”, contudo, esta é uma métrica de difícil estudo conforme o Bitcoin não gera dividendos, por exemplo.
Por ser tão completo e complexo, o Bitcoin atraiu diversos perfis de investidores: traders de Wall Street, ancaps, macroeconomistas e até mesmo governos. Cada um deles comprando ou vendendo por motivos diferentes, e são estes diversos pontos de vista que o fazem ser tão importante quanto é.
A culpa é do Fed
Quanto a atual queda de 50% do Bitcoin, a culpa é do Fed. Com os EUA vivendo a maior inflação das últimas décadas após estimulos à econômia pós Covid-19, muitos se anteciparam prevendo um aperto monetário.
Com isso, enquanto o Bitcoin começou sua queda em 10 de novembro, gigantes americanas seguiram o mesmo caminho alguns dias depois. Muitas delas após marcaram topos históricos naquele mês. Os gráficos abaixo mostram a variação do mercado de criptomoedas e das empresas que compõe o índice S&P 500, do início deste ano até hoje.
Na última quarta-feira (4), o Fed aumentou novamente a taxa de juros, provocando ainda mais queda em ambos mercados. Indo além, podemos esperar outros aumentos neste ano, o que pode derrubar ainda mais o preço do Bitcoin.
Por fim, embora o dólar pareça o caminho mais seguro no curto prazo, não há dúvidas de que o Bitcoin seja o campeão no longo, então tais quedas podem ser ótimo momento de compra. Afinal enquanto as moedas fiduciárias tendem a morrer pela inflação, o Bitcoin segue atraindo o interesse de novas pessoas. Como exemplo, recentemente a Fidelity anunciou a possibilidade de usar BTC em planos de aposentadoria.