“Bitcoin é diferente de tudo”, diz fundador do Nubank

David Vélez reconhece que o Nubank chegou um pouco tarde no mercado de criptomoedas, mas que possui uma abordagem diferente de outras empresas.

Para David Vélez, fundador e CEO do Nubank, o Bitcoin é “diferente de tudo”. Em recente conversa com a Fortune, o empreendedor falou sobre criptomoedas, Pix, Drex e como teve a ideia de criar um banco digital.

Colombiano, Vélez lembra que teve uma das piores experiências de sua vida ao abrir uma conta bancária no Brasil. Além de ficar preso em uma porta giratória à prova de balas, o empreendedor conta que precisou voltar para a agência diversas vezes.

“Cinco das 10 maiores empresas brasileiras são bancos, as maiores empresas no México são bancos, as maiores empresas na Colômbia são bancos”, comentou o fundador do Nubank sobre sua entrada neste mercado. “Fiquei muito curioso para entender melhor esse setor.”

Com a chegada e popularização dos smartphones no início dos anos 2010, Vélez viu uma grande oportunidade. “Você não precisa mais de agências — agências em cada esquina — para competir com esses bancos”, comentou.

Finalizando, Vélez também conta que muitas startups brasileiras estavam copiando empresas americanas, ou seja, não estavam resolvendo os problemas reais. Portanto, isso fez o Nubank se destacar, a ponto de conseguir atrair a atenção da Sequoia em sua primeira rodada de investimentos.

Fundador do Nubank fala sobre Bitcoin

David Vélez reconhece que o Nubank chegou um pouco tarde no mercado de criptomoedas, mas que possui uma abordagem diferente de outras empresas.

No ano passado, o banco digital liberou acesso a investimentos em Bitcoin e Ethereum aos seus clientes, diretamente em seu aplicativo. Mais tarde, seguiu adicionando novas opções de criptomoedas, três delas no mês passado.

Antes disso, o Nubank lançou a sua própria criptomoeda, a Nucoin, que acabou “quebrando a internet” em agosto após uma alta de 1.939% em menos de 30 dias.

“Estamos um pouco atrasados para o jogo, mas estamos muito focados em tentar diferenciar o que é apenas pura especulação do que é real em tecnologia no mundo das criptomoedas”, comentou Vélez em entrevista à Fortune. “Acredito que há risco em ambos os lados, se você pensar que tudo faz sentido ou que nada faz sentido nas criptomoedas — você só enxerga os extremos.”

“Acreditamos que o Bitcoin é diferente de tudo, e há alguns outros tokens que fazem sentido.”

Segundo o fundador do Nubank, 98% das criptomoedas não são ativos de investimentos reais.

“Acreditamos no Bitcoin como um ativo no qual os consumidores devem investir e, portanto, oferecemos uma plataforma de investimento de criptomoedas.”

Um dos motivos para o Nubank acreditar na força do Bitcoin na América Latina é a inflação das moedas locais. “Acreditamos que oferecer Bitcoin ou mesmo stablecoins ligadas ao dólar americano seja uma forma dos clientes investirem e protegerem suas economias”, disse Vélez.

Brasil está 5 anos à frente dos EUA, diz fundador do Nubank

Embora David Vélez veja grandes problemas na desvalorização do Real, isso não impede o empreendedor a enxergar os esforços tecnológicos do Banco Central através do Pix e, mais recentemente, do Drex.

“Acredito que o Pix foi o que permitiu a um país como o Brasil ultrapassar economias desenvolvidas como os EUA e a Europa, posicionando o Brasil provavelmente cinco anos à frente dos EUA.”

“Quando você olha para um sistema como o Pix que efetivamente digitalizou, ou está digitalizando, toda a economia, ele está digitalizando o dinheiro, está aumentando a inclusão financeira e fazendo tudo isso de graça 24 horas por dia, 7 dias por semana”, continuou Vélez. “Isso é provavelmente a maior disrupção, ou uma das maiores disrupções nos serviços financeiros do mundo.”

Em relação ao Drex, o real digital, Vélez comenta que o sistema baseado em blockchain poderá introduzir diversos casos interessantes para a indústria. Como exemplo, citou empréstimos com garantia, bem como a extinção dos cartórios.

David Vélez comenta sobre suas projeções para o futuro

Finalizando a entrevista com a Fortune, o fundador do Nubank citou quatro projeções para o mercado financeiro. A primeira delas seria a digitalização dos pagamentos com transações interoperável, sem taxas e 24/7.

A segunda seria a criação de um aplicativo que reunisse todas suas contas bancárias em um único lugar. Segundo Vélez, isso criaria uma maior competição entre bancos, gerando melhores oportunidades para os usuários.

Assim como muitos empreendedores, o fundador da Nubank também enxerga o setor de inteligência artificial (IA) como o próximo passo. Como exemplo, citou que a IA pode permitir que cada cliente tenha um “banqueiro em seu bolso”, apresentando as vantagens de cada produto e levando um conhecimento necessário para potenciais investidores.

Por fim, o fundador do Nubank comenta que as criptomoedas são outra tecnologia a ser acompanhada devido aos seus inúmeros casos de uso, como rastreamento, garantia e remessas internacionais quase gratuitas.

“Eventualmente, os pagamentos globais parecerão um Pix global, onde todos terão acesso a pagamentos e todos terão acesso a dinheiro digital.”

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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