Durante a crise do COVID-19 o comportamento dos investidores em busca de ativos seguros tem estado em alta. De acordo com o JPMorgan, o Bitcoin tem sido a preferência dos jovens, sendo que o ouro estaria mais para os investidores velhos.
De qualquer forma, ambos os ativos tem sido destaque de rentabilidade no ano, principalmente em relação ao dólar. A moeda norte-americana passa por um momento de cautela no mundo, que vê nas eleições para presidente um momento de atenção.
Além disso, com a crise acirrada pela pandemia, os investidores buscaram refúgios nas chamadas reservas de valor. Uma equipe de analistas criou um gráfico para demonstrar o desempenho do investimento realizado com coronavoucher, e qual melhor ativo até aqui.
O banco JPMorgan afirma ter encontrado um padrão de investimento entre diferentes idades, com o Bitcoin sendo para os jovens e o ouro para os mais velhos
Com um ano surpreendente no mercado financeiro global, cheio de riscos (literalmente), vários investidores buscam um refúgio para seu patrimônio. A escolha de ativos para aportar o capital e poder dormir tranquilo, contudo, não é tão fácil assim e varia de pessoa para pessoa.
Essa crença, inclusive, foi confirmada pelo banco JPMorgan Chase, um dos maiores dos Estados Unidos. O estrategista e Diretor-Geral do banco, Nikolaos Panigirtzoglou, foi o analista a identificar o padrão de compra de ativos de seus clientes.
De acordo com a Bloomberg, Nikolaos e analistas do JPMorgan emitiram a nota na última terça-feira (4). O debate era sobre os fluxos de investimentos durante a pandemia do novo coronavírus. O relatório aponta que o comportamento dos investidores de varejo varia significativamente entre as faixas etárias.
A busca por ativos considerados alternativos seria uma forma de fugir do dólar, que segue sob olhares atentos. Dessa forma, o Bitcoin seria um investimento para jovens, enquanto os mais velhos têm a preferência pelo ouro.
Outro comportamento adverso que foi detectado é na compra de ações em bolsas de valores. Isso porque, o JPMorgan afirmou que os mais velhos vendem ações, enquanto os mais jovens têm comprado, principalmente ações de tecnologia. O banco também afirmou que investidores amadores surgiram nos mercados durante a pandemia.
Quem investiu dinheiro do coronavoucher já obteve rendimentos
A busca por ativos alternativos também foi vista por pessoas que receberam pacotes de auxílios do governo. No Brasil, e nos EUA, a população recebeu dinheiro do governo, para amenizar as consequências do COVID-19.
Desde abril, por exemplo, os cidadães dos EUA recebem U$ 1200 por mês para gastar com suas despesas pessoais. Com aumento no nível de desemprego, a medida emergencial foi paga por alguns meses, e talvez, não deverá ser renovada por muito tempo mais.
Quem aproveitou o momento para investir, entretanto, tem visto um lucro bom com auxílio, principalmente se mirou às criptomoedas. De acordo com um gráfico produzido pelo CoinMetrics, quem investiu os U$ 1200 desde o dia 15 de abril, já opera no lucro.
Quem investiu o seu dinheiro no S&P500, tem pouco mais de U$ 1300, valor próximo do que teria em ouro, onde os U$ 1200 se transformaram em U$ 1425. Para os jovens que acreditaram no Bitcoin e Ethereum, como diria o JPMorgan, o lucro é maior, com o auxílio se transformando em U$ 2029 e U$ 3065 respectivamente.
Como reserva de valor durante a crise, investir em ações do S&P500, ouro ou criptomoedas se mostraram positivas, pelo menos desde abril, nos EUA. No Brasil, com o real cada vez mais desvalorizado, os ganhos com a valorização do ouro (75%) e Bitcoin (112%) também foram expressivos, considerando quem comprou no primeiro dia do ano nos ativos.