Bitcoin em fundo branco, lembrando bandeira do Japão. MidJourney.
O Bitcoin (BTC) opera em queda de 6% na manhã desta segunda-feira (1º) enquanto recua dos US$ 91.500 para os US$ 86.000. A queda está relacionada ao Japão que, ao contrário de outros países, pode continuar com o aperto monetário.
Além do par USD/JPY estar acima dos 150, o Banco Central do Japão (BoJ) notou que a inflação está em 3%, deixando a taxa de juros real como negativa, dando espaço para um novo aumento sem comprometer o crescimento econômico.
Atualmente os juros estão em 0,5% no Japão desde janeiro, quando o BoJ fez seu último aumento.
O Banco Central do Japão (BoJ) manteve uma taxa de juros negativa por cerca de 8 anos, entre 2016 e 2024. Isso fez com que diversos investidores tomassem empréstimos em iene para investir em ativos fora do país, dando início a estratégia chamada de carry trade com o iene.
No entanto, o BoJ começou a elevar os juros para conter a inflação e, por consequência, a desvalorização de sua moeda.
Como consequência, investidores começaram a desmontar essas operações de carry trade.
Nesta segunda-feira (1º), Kazuo Ueda, governador do BoJ, afirmou que o Banco está pronto para voltar a mexer na taxa de juros, indo na contra-mão dos outros países.
“Caso se concretize a perspectiva para a atividade econômica e os preços apresentada até aqui, o Banco, em consonância com a melhora da atividade econômica e dos preços, continuará elevando a taxa básica de juros e ajustando o grau de acomodação monetária.”
Conforme a inflação do Japão está em 3% e os juros estão em 0,5%, isso significa uma taxa de juros real de −2,5%. Ueda usou esses dados como justificativa para um novo aumento.
“Usando uma analogia, elevar a taxa básica em um ambiente de condições acomodatícias significa um processo de aliviar o pé do acelerador conforme necessário para alcançar um crescimento econômico e uma evolução de preços estáveis, e não acionar os freios sobre a atividade econômica”, explicou o governador do BC japonês.
Isso significa uma nova pressão sobre investidores fazendo carry trade com iene. Somado a isso, o Japão é a 4ª maior economia do mundo, atrás somente de EUA, China e Alemanha, o que ajuda a explicar o impacto da declaração de Ueda.
O Bitcoin fechou o mês de novembro em queda de 17,7%, mas estava se recuperando ao sair dos US$ 80.000 para os US$ 93.000. A alta tinha relação com a próxima reunião do Fed no próximo dia 10, com o mercado esperando um novo corte de 0,25%.
No entanto, a criptomoeda voltou a cair com as declarações do Banco Central do Japão e inicia o mês de dezembro em queda.
Outras criptomoedas acompanham a queda. Enquanto Bitcoin cai 6%, Ethereum perde 7,8% e XRP outros 8,4%. Gigantes como Dogecoin, Cardano, Zcash, Avalanche, Sui, Uniswap e Polkadot, dentre outras, perdem dois dígitos percentuais.
Dentre as 100 maiores, somente Just (JST) e Tether Gold (XAUt) operam em alta nesta segunda-feira (1º).
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