John Griffin, professor de finanças na Universidade do Texas, voltou a falar que o preço do Bitcoin está sendo manipulado. Em conversa com a Fortune, o professor destaca que o bitcoin está em alta mesmo com tantas notícias negativas.
Na primeira vez, em 2018, Griffin publicou um estudo afirmando que uma única pessoa estava inflando o preço do Bitcoin. Indo além, também notou que a stablecoin Tether (USDT) estava sendo usada nesta fraude.
“A emissão de Tether sem apoio inflou a quantidade de moeda perseguindo o mesmo suprimento de Bitcoin”, disse Griffin à Fortune em matéria publicada nesta quinta-feira (2). “O Tether criado do nada estava inflando o preço do Bitcoin e outras criptomoedas.”
Agora, o professor acredita que o mesmo esteja acontecendo, mas nota que “não tem uma análise concreta desta vez”.
“É muito suspeito. O mesmo mecanismo que vimos em 2017 pode estar em jogo agora no ainda irreal mercado de Bitcoin.”
Professor acredita que preço do Bitcoin está sendo manipulado novamente
Segundo John Griffin, um dos motivos que dificulta uma análise mais detalhada, como seu estudo anterior, é o crescimento da indústria e técnicas mais avançadas pelos supostos manipuladores.
“O espaço é maior agora, então é mais difícil escavar os dados. Players sofisticados podem ser especialistas em esconder suas identidades.”
De qualquer forma, a Tether, principal acusada por Griffin nos anos anteriores, ainda segue como a criptomoeda com maior volume de negociação diária, ainda que seu valor de mercado seja quase 7 vezes menor que do Bitcoin.
“Bitcoin e Tether não são usados para comprar coisas como carros e pizzas, eles são usados para comprar outras moedas. Portanto, nesse sistema fechado, uma quantidade relativamente pequena de compra manipulada, estimulada pela criação de novas moedas do nada, pode causar um aumento descomunal no preço do Bitcoin”, disse Griffin à Fortune.
Bitcoin aguentou forte a queda da FTX
Outro ponto destacado pela Fortune foi a grande força do Bitcoin em aguentar a falência da então segunda maior corretora de criptomoedas do mercado, a FTX. Como destaque, a revista até mesmo lembra quando Changpeng Zhao da Binance acusou Sam Bankman-Fried de estar tentando derrubar o USDT abaixo de US$ 1.
Poucos meses depois, o Bitcoin então voltou a subir como se nada tivesse acontecido, fechando o mês passado com uma alta de 40%, a maior de janeiro dos últimos 9 anos, enquanto outras gigantes também declaravam falência.
“Esses US$ 16.000, por exemplo, poderiam servir como um mecanismo de coordenação”, disse o professor John Griffin a respeito da mínima do Bitcoin nos últimos meses.
SEC também acredita que preço do Bitcoin seja manipulável
Enquanto isso, na quinta-feira passada (26), a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) rejeitou mais um ETF de Bitcoin à vista, citando que o BZX (proposta de ETF da Ark Invest) não conseguiria proteger os investidores de manipulações.
“A Comissão conclui que a BZX não cumpriu seu ônus […] para demonstrar que sua proposta é consistente com os requisitos […] que as regras de uma bolsa de valores nacional sejam “concebidas para prevenir atos e práticas fraudulentas e manipuladoras” e “para proteger os investidores e o interesse público”.”
Por fim, vale notar que nem John Griffin, nem a SEC, apresentaram provas que o preço do Bitcoin é manipulado. De qualquer forma, as acusações são graves e chamam atenção tanto de investidores quanto de outros reguladores.