Em uma audiência para o Comitê de Finanças do Senado, Janet Yellen, a indicada do presidente eleito Joe Biden para assumir a secretaria do tesouro dos Estados Unidos, declarou estar preocupada quanto a utilização do Bitcoin e das criptomoedas em geral para o financiamento do terrorismo e atividades ilegais como lavagem de dinheiro.
Para ela, o governo dos Estados Unidos precisa ter uma abordagem mais rígida afim de “garantir que a lavagem de dinheiro não ocorra por meio desses canais.”
A indicada por Biden não é a primeira a emitir acusações de que as criptomoedas estão relacionadas ao financiamento de terrorismo e outras atividades ilegais.
Mas tais afirmações precisam ser baseadas em dados que provem a narrativa de que o Bitcoin e as criptomoedas são utilizadas para atividades ilegais.
De acordo com um relatório elaborado pela empresa especializada em rastreamento de criptomoedas, a Chainalysis, a maioria das criptomoedas não são usadas para atividades criminosas.
Um trecho do relatório revela que em 2019 a utilização das criptomoedas em atividades criminosas representou apenas 2,1% (US $ 21,4 bilhões) de todo o volume das transações de criptomoedas.
Já em 2020, esse número caiu drasticamente para 0,34% (US $ 10,0 bilhões).
Porém, de acordo com a ONU, valores entre 2% e 5% do PIB mundial, cerca de US $ 1,6 a 4 trilhões por ano, são utilizados de alguma maneira na lavagem de dinheiro e atividades ilícitas.
Moeda comum é mais utilizada em crime que o Bitcoin e criptomoedas
É notório que a utilização do Bitcoin e das criptomoedas em atividades criminosas é infinitamente menor quando comparada a utilização das moedas fiduciárias, além do que a utilização das criptomoedas nesse tipo de atividade ainda registraram queda.
Um fator extremamente positivo para as criptomoedas.
Ainda assim, alguns reguladores podem indicar que “moedas de privacidade” como a Zcash e Monero podem ser usadas por criminosos, pelo fato de que essas criptomoedas utilizam o “protocolo de conhecimento zero” para proteger as informações dos usuários e de terceiros em uma transação.
Mas no ano passado, uma organização de pesquisa sem fins lucrativos, a Rand Corporation, elaborou um estudo sobre casos de uso de criptomoedas e moedas de privacidade.
O relatório revelou que, apesar da “percepção de atratividade das criptomoedas para fins de lavagem de dinheiro, cerca de 99% das transações de criptomoeda são realizadas por meio de exchanges centralizadas, que podem estar sujeitas à regulamentações semelhantes aos bancos ou corretoras tradicionais.