Logo no início do surto do coronavírus, os ativos alternativos como o ouro e as criptomoedas estavam se beneficiando das incertezas que a doença trazia para o mercado global.
No entanto, conforme seu agravamento em todo mundo, os ativos digitais acabaram não escapando de seus efeitos negativos. Entre estes o mais afetado foi o Bitcoin, que na última semana tem enfrentado uma sequência de quedas que tem o desvalorizado cada vez mais.
O que acontece é que, na medida em que os investidores começam a calcular os prejuízos da expansão do coronavírus, os mercados financeiros do mundo todo começam a cair.
Isto acaba afetando também o bitcoin, que na última semana perdeu 50% de seu valor chegando aos 5 mil dólares. E após uma leve recuperação, a criptomoeda está sofrendo um novo quadro de queda vertiginosa, sendo que nesta segunda-feira (16) sua desvalorização está acima de 14%.
Como resultado, o ativo opera na casa dos 4.800 dólares. Mas além dos problemas com as bolsas globais, outros motivos tem contribuído para este quadro. Um deles é o fato de que o banco central norte-americano (FED), começou a aplicar estímulos maciços na economia, trabalhando junto com outros países.
A entidade anunciou que cortaria taxas de juros em um valor entre 0% e 0,25%, o que fez com o que o Bitcoin subisse. Porém, este resultado foi rapidamente invertido.
O que esperar de agora em diante?
A flexibilização do FED, cuja estimativa é de injetar 700 bilhões de dólares na economia dos EUA fez o Bitcoin subir para os 6 mil dólares.
Porém, pouco tempo depois a criptomoeda voltou a operar em queda livre, perdendo quase 10% de seu valor em um período de 24 horas. Isto também afetou outros ativos digitais como o ETH, o XRP e o LTC, que perderam entre 5% e 12%.
De acordo com o analista do criptomercado Simon Peters, os ativos digitais parecem estar refletindo as ações dos mercados tradicionais. Mesmo com os atuais estímulos na economia, os investidores continuam preocupados com os efeitos do coronavírus, o que acaba se refletindo nas criptomoedas.
Assim sendo, mesmo com a decisão histórica do FED, ainda há uma grande incerteza com relação ao futuro, o que também afeta os ativos digitais.
Por outro lado, diversas figuras importantes do criptomercado avaliam que esta ação destacam a superioridade do Bitcoin com relação aos mercados tradicionais.
O diretor de desenvolvimento de negócios da exchange Kraken declarou no Twitter que o BTC foi construído para este tipo de momento.
O co-fundador da Gemini, Tyler Winklevoss compartilha da mesma opinião, dizendo que a criptomoeda é uma proteção para este tipo de tensão econômica global.
Por fim, Pierre Rochard, do Instituto Satoshi Nakamoto afirmou que o Bitcoin não dispõe de um limite inferior ou mecanismos de paralisação por fazer parte de um mercado real.
Para ele, ações e títulos tem preços altamente manipulados e funcionam com viés político. Assim, mesmo com a recente queda do BTC, estes e outros especialistas do criptomercado acreditam que o momento logo marcará um ponto de virada para a criptomoeda, que deve resistir a atual crise.