O Bitcoin atingiu os US$ 59.500, seu maior preço da semana, na manhã desta quinta-feira (11). A alta está ligada à divulgação dos dados de inflação dos EUA, publicados pelo BLS.
Segundo o informe, a inflação americana registrou queda de 0,1 no mês de junho. Em março e abril, os números estavam em 0,4% e 0,3%, respectivamente, ficando zerados no mês de maio.
A meta do Fed é levar a inflação para 2% ao ano. Atualmente, o acumulado está em 3%, mas alguns itens como alimentos (2,2%) já estão mais próximos desse objetivo.
Por que a queda da inflação nos EUA afeta o Bitcoin?
Para controlar a desvalorização de sua moeda, o Banco Central dos EUA eleva a taxa de juros, freando a economia. Sendo assim, juros altos significam menos dinheiro no mercado e, consecutivamente, menos para investir.
Somado a isso, os títulos do Tesouro se tornam mais atrativos já que apresentam bons retornos com um risco quase nulo. Portanto, ativos de risco como o Bitcoin acabam pressionados.
Conforme a inflação americana se aproxima da meta do Fed, há mais chances de que Powell e sua equipe baixem os juros, deixando a economia fluir mais livremente. A próxima reunião do Fed está marcada para o dia 30 de julho, mas dificilmente trará mudanças.
No entanto, uma ferramenta do CME Group aponta que há 81,3% de chances de que o BC americano corte os juros na reunião de setembro. Outras duas reuniões estão programadas para o final de 2024, podendo acontecer um segundo corte em uma delas.
Dado isso, investidores já estão se antecipando a esses possíveis cortes. Nesta manhã, o Bitcoin chegou aos US$ 59.500, seu maior preço da semana, devido ao otimismo do mercado.
No entanto, vale notar que a criptomoeda enfrenta uma forte resistência nessa faixa. Afinal, os US$ 60.000 eram um forte suporte, mas se transformaram em uma barreira desde que o preço caiu abaixo desse nível.
Por fim, outro banco central que está planejando cortes nos juros é o europeu. Segundo Fabio Panetta, que aproveitou seu discurso para criticar o Bitcoin, isso deve acontecer em ritmo acelerado.
ETFs americanos seguem comprando
Enquanto o Bitcoin é pressionado pelo governo alemão, que está vendendo 50.000 moedas, os ETFs americanos estão ajudando na recuperação dos preços. Após um recorde semanal na segunda-feira (8) com US$ 294,8 milhões, gestoras continuam registrando fortes entradas.
Segundo dados da Farside, foram outros US$ 216,4 milhões em entradas na terça-feira (9) e mais US$ 147 milhões nesta quarta-feira (10). Espera-se que esta quinta-feira (11) também registre bons números, justamente por conta dos dados de inflação.
No momento desta redação, o Bitcoin está cotado a US$ 58.200, apresentando alta de 1% nas últimas 24 horas.