O preço do Bitcoin ultrapassou pela primeira vez a marca histórica de US$ 100.000 na madrugada desta quinta-feira (5), um momento amplamente esperado por entusiastas da moeda digital.
A alta acelerada foi impulsionada, primeiro, pela vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA e por rumores sobre um novo enfoque regulatório mais favorável ao setor de ativos digitais.
Agora, dois desenvolvimentos ajudaram o Bitcoin a romper a barreira dos US$ 100 mil. Primeiro, o presidente do banco central dos EUA classificou o Bitcoin como ouro e, segundo, o presidente da Rússia afirmou que ninguém pode parar o Bitcoin.
As declarações reforçaram a confiança dos investidores e atraíram atenção global para a criptomoeda. Ambas têm implicações no mercado, tanto no aspecto psicológico quanto no prático.
Bitcoin inicia sua quinta onda de adoção
Quando Jerome Powell, presidente do Federal Reserve dos EUA, comparou o Bitcoin ao ouro, ele reconheceu sua posição como um ativo de reserva e destacou sua relevância como uma alternativa ao ouro tradicional em tempos de incerteza econômica.
A declaração valida a narrativa de que o Bitcoin pode atuar como uma proteção contra a inflação e uma reserva de valor, atributos fundamentais para atrair grandes investidores institucionais.
Por outro lado, a afirmação do presidente russo Vladimir Putin de que “ninguém pode parar o Bitcoin” reforça a ideia da natureza descentralizada e resistente à censura do ativo.
Vindo de um líder de uma grande potência, também sinaliza uma possível abertura ao uso da criptomoeda em contextos econômicos e políticos estratégicos, como a mitigação de sanções internacionais.
Para o mercado, isso sugere que o Bitcoin pode ter dado início em sua quinta onda de adoção, aumentando seu apelo como ativo seguro e estratégico.
A “quinta onda” do Bitcoin, mencionada por Hal Finney, um dos pioneiros da tecnologia, é um cenário de adoção massiva do Bitcoin por bancos e governos como uma reserva de valor.
O cenário, considerado o destino final do Bitcoin, seria o momento em que o ativo digital transcenderia sua função inicial de moeda alternativa para se consolidar como um pilar essencial da economia global.
Finney acreditava que o Bitcoin tinha o potencial de se tornar uma “moeda de reserva” mundial, semelhante ao ouro, mas com as vantagens de ser digital, divisível e resistente à manipulação política.
Na quinta onda, ele previa que os governos e instituições financeiras reconheceriam a segurança e escassez do Bitcoin como um hedge contra crises econômicas e a inflação descontrolada.
Bancos centrais, que tradicionalmente acumulam ouro como ativo estratégico, começariam a adicionar Bitcoin às suas reservas para diversificar seus portfólios e proteger-se contra a desvalorização de moedas fiduciárias.
Essa transição seria impulsionada por fatores como a crescente aceitação do Bitcoin por grandes instituições financeiras, a regulamentação mais clara e favorável em países estratégicos e a perda de confiança nas moedas tradicionais devido a políticas monetárias expansionistas.
Na prática, a adoção do Bitcoin como reserva por governos e bancos significaria sua legitimação definitiva. Isso aumentaria a demanda pelo ativo, pressionando ainda mais sua valorização.
Também abriria portas para inovações financeiras em escala global, como a criação de instrumentos baseados em Bitcoin para a gestão de dívidas soberanas ou como lastro em acordos comerciais internacionais.
A quinta onda, se concretizada, representará a realização do ideal descentralizador do Bitcoin: um ativo que transcende fronteiras e governos, mas que, paradoxalmente, é reconhecido por essas mesmas entidades como um pilar da economia mundial.
Tal transformação pode levar décadas para se completar, mas os sinais iniciais indicam que o caminho traçado por Hal Finney já começou a se materializar.